Chuva no Sul favorece produção do trigo

Depois de um longo período de tempo seco e de calor, as chuvas voltaram à Região Sul e vão favorecer as plantações de trigo. Com a umidade, muitas plantações vão sair de uma situação crítica. Mesmo assim, ainda existem preocupações pela frente. “A chuva foi muito positiva. Muitas lavouras estavam na fase de adubação nitrogenada, que é uma etapa que exige certa umidade, e a chegada das chuvas ajudou muito os produtores. A situação melhorou substancialmente” afirma Gilberto Cunha, pesquisador da Embrapa Trigo.

Os produtores da região sofreram principalmente com o clima de inverno, que afeta diretamente a produção. “A chuva irregular freou o desenvolvimento de algumas plantações, mas o tempo seco fez com que houvesse menos aparecimento de doenças. Não se pode falar em comprometimento da safra”, diz.

O pesquisador ressaltou que, apesar do bom momento, há ainda receio quanto à influência do clima em um futuro próximo. “A preocupação maior está em geadas e chuvas no período de setembro a outubro. Nessa época as lavouras estão em fase de espigamento e esses fenômenos podem causar doenças difíceis de curar”, completa.

O meteorologista da Climatempo Alexandre Nascimento, adianta que a tendência é de  chuva nos dois próximos meses, porém não por longos períodos consecutivos.Nascimento explicou ainda que os sistemas de alta pressão, que são associados às frentes frias, não estão tão fortes quanto os do ano passado. “ A expectativa é a de que não haja grandes geadas. Se houver, será algo muito pontual, então não deveremos ter grandes perdas”, conclui.

A Companhia Nacional de Abastecimento – Conab divulgou no dia 10 de agosto os números da 11ª e penúltima estimativa da safra atual de grãos 2016/17. Os dados indicam uma possível redução na área de trigo (13,6%). Isso representa 1,83 milhão de hectares, contra 2,1 milhões da safra passada. Com isso, a produção deve recuar 22,8% e chegar a 5,2 milhões de toneladas frente as 6,7 milhões de 2016.

 

Fonte: CIDASC. Disponível em: <http://www.cidasc.sc.gov.br/blog/2017/08/16/chuva-no-sul-favorece-producao-do-trigo/> Acesso em: julho de 2017>

Exportação de soja do Brasil até agosto já supera total registrado em 2016

As exportações de soja em 2017 pelo Brasil, maior exportador global da oleaginosa, já superam os embarques registrados em todo o ano passado, de acordo com dados parciais de agosto divulgados nesta segunda-feira pela Secretaria de Comércio Exterior – Secex.

Até a segunda semana de agosto, o Brasil havia exportado 53,37 milhões de toneladas de soja, ante 51,58 milhões de toneladas de janeiro a dezembro de 2016, segundo dados da Secex e do Ministério da Agricultura.

Nas duas primeira semanas de agosto, conforme a Secex, as exportações somaram 2,424 milhões de toneladas de soja, o principal produto de exportação do país.

As exportações maiores ocorrem após a colheita de uma safra recorde no país, de 114 milhões de toneladas em 2016/17, ante 95,4 milhões na temporada anterior, atingida pela seca.

As exportações, pelos dados do governo, estão perto de superar o recorde histórico de 54,3 milhões de toneladas, registrado em 2015.

A Abiove, que representa a indústria de soja do Brasil, estima as exportações do produto em 64 milhões de toneladas.

Isso significa que um volume de cerca de 10 milhões de toneladas de soja ainda disputará espaço com o milho nos terminais de exportação nos próximos meses –essa questão é apontada por alguns analistas como um dos fatores para os embarques de cereal ainda não estarem mais acelerados.

As exportações de milho nas duas primeiras semanas de agosto somaram 1,77 milhão de toneladas, o que leva o total no acumulado do ano para 7,30 milhões de toneladas.

A Anec, que representa os exportadores de cereais, estima os embarques do cereal do país em 30 milhões de toneladas em 2017, o que representaria uma recuperação importante ante o ano passado, quando somaram 21,8 milhões de toneladas.

O Brasil é o segundo exportador global de milho, atrás dos Estados Unidos, segundo dados do Departamento de Agricultura dos EUA – USDA.

 

Fonte: CIDASC. Disponível em: <http://www.cidasc.sc.gov.br/blog/2017/08/15/exportacao-de-soja-do-brasil-ate-agosto-ja-supera-total-registrado-em-2016/> Acesso em: julho de 2017

Boas práticas para a vacinação de bovinos

Por que, como, onde vacinar e dicas para sempre acertar

O Brasil continua despontando como grande fornecedor de proteína animal para o mundo, com ganhos de produtividade no campo. Estudos da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) revelam que, no período de 2000 a 2015, a produção de carne teve incremento de 45%, enquanto o rebanho bovino de corte cresceu 25%.

O aumento nas taxas de exportação de carne bovina foi devido, dentre outros fatores, aos programas de controle epidemiológico para doenças de notificação obrigatória. Dentre as medidas propostas nestes programas, a vacinação sistemática preventiva, seguindo o calendário definido pelo Ministério da Agricultura Pecuária e Abastecimento (MAPA), torna o uso de vacinas um manejo rotineiro nas propriedades.

No próximo mês de novembro, 150 milhões de cabeças deverão ser vacinadas, alguns estados de mamando a caducando e outros estados somente animais com mais de 24 meses. Segundo o Diretor Técnico da JBS, Bassem Sami Akl, ainda é frequente encontrarmos problemas na carcaça decorrentes de reação vacinal proveniente de vacinação incorreta ou mal aplicada.

Segundo os dados da JBS, 30% dos animais abatidos apresentam reação vacinal e destes 30%, 50% é proveniente de vacinação em local incorreto ou mal aplicação da vacina.

Mas, vamos entender melhor alguns pontos importantes como: por que vacinar, como e onde vacinar, erros comuns na vacinação e consequências, importância da vacinação correta para o pecuarista, indústria e consumidor final.

Porque vacinar

Segundo Ministério da Agricultura, o Brasil ainda segue na luta contra a febre aftosa em busca de nos tornarmos um país livre da doença.

A Febre Aftosa é uma doença viral altamente contagiosa, é resistente à congelamento e somente se torna inativo em temperaturas superiores à 50°C. A doença traz inúmeras perdas econômicas aos rebanhos pois o vírus é facilmente disseminado, podendo permanecer vivo inclusive na pastagem.

Carne e produtos derivados com pH acima de 6,0 também conservam o vírus. Bovinos vacinados expostos à doença ou infectados e não abatidos conservam o vírus por 30 meses ou mais. A boa notícia é que a Febre Aftosa não representa risco para a saúde humana, não é transmitida pelo consumo de carne e derivados.

Cuidados com a vacina

As vacinas devem ser conservadas de acordo com as instruções do fabricante, por isso, ler o rótulo é sempre importante. As recomendações são de que as vacinas sejam armazenadas em temperatura entre 2 e 6 graus, em geladeiras domésticas e levadas até o local de vacinação em caixas com gelo, para que permaneçam em temperatura adequada durante todo processo de vacinação. Vale ressaltar que o congelamento ou o excesso de calor inutilizam a vacina, tornando-a ineficaz.

transporte das vacinas do fornecedor até a fazenda também deve seguir a regra de manutenção da temperatura entre 2 e 6 graus.

Cuidados na vacinação

A aplicação correta da vacina influencia no resultado e garante a saúde do rebanho. Uma boa resposta vacinal depende da qualidade da vacina, da resposta imune do animal e do processo de vacinação, que deve ser feito corretamente.

Um ponto primordial é adquirir produtos confiáveis (fabricantes idôneos), de alta qualidade, eficácia e segurança. Os pecuaristas devem sempre consultar um médico veterinário.

Não é recomendado vacinar animais doentes, debilitados e estressados (ex.: estresse de transporte e desmame).

O processo de vacinação deve ser conduzido de uma maneira tranquila, de preferência nos horários mais frescos do dia.

De acordo com o Instituto Mineiro de Agropecuária (IMA) alguns cuidados são essenciais:

  • A dose a ser aplicada em cada animal deve ser aquela indicada no rótulo da vacina. Uma dosagem menor do que a indicada pelo fabricante não vai oferecer aos animais a proteção desejada;
  • Limpar e desinfetar a seringa e ferver as agulhas antes da aplicação;
  • Manter a pistola dentro da caixa de isopor, quando não estiver em uso;
  • Utilizar agulhas 15×18 para aplicar vacina oleosa (subcutânea) e agulha 20×18 para aplicar vacina oleosa (intramuscular);
  • Agitar o frasco de vacina toda vez que for encher a seringa;
  • Certificar-se de que o conteúdo da seringa contém a dose certa (5 ml) e que não existem bolhas de ar;
  • Aplicar a vacina na tábua do pescoço pela via subcutânea (debaixo da pele) ou intramuscular (dentro do músculo) tendo o cuidado de manter a seringa na posição inclinada, quase em pé, com a agulha apontada para baixo;
  • Anotar os animais vacinados por faixa etária e sexo;
  • Os horários ideais para a aplicação são o início da manhã e o final da tarde.

Como minimizar a reação vacinal

A formação de um pequeno caroço na região onde foi aplicada a vacina contra a febre aftosa é comum e está ligada à resposta imunológica do animal. O animal deve ser bem contido para facilitar o serviço da vacinação e evitar lesões ao aplicador e ao animal.

Com relação às reações indesejáveis da vacina, a mais comum e visível é a formação de um calombo ou caroço no local da aplicação. Esta reação é comum, e, principalmente em animais muito jovens, pode prejudicar a mamada pelo desconforto provocado.

A formação do caroço é uma reação inflamatória e tende a reduzir com o tempo. Esta reação pode se complicar nos casos de aplicações realizadas em condições de higiene inadequadas quando há risco de ocorrem infecções bacterianas secundárias sujeitas ao agravamento pela formação de miíases. Para evitar que isso aconteça basta seguir as recomendações de limpeza do local da aplicação, agulha certa, desinfetada e trocada com frequência.

A intensidade da reação vacinal está ligada a fatores de hipersensibilidade e isso depende de cada indivíduo.

Erros comuns na vacinação

A falta de cuidado no manejo do rebanho e nos procedimentos de vacinação pode implicar no aumento dos níveis de estresse dos animais, promovendo uma resposta negativa de seu sistema imunológico a vacinação, reduzindo a sua eficiência.

vacinação mal realizada também pode resultar em uma série de respostas nos animais tais como: taquicardia, dificuldade na respiração, inflamações no local da aplicação da vacina, gerando abscessos (nódulos), danos teciduais, infecção local ou sistêmica, infecção congênita em vacas prenhas, reação de hipersensibilidade a vacina.

Alguns dos erros mais comuns na vacinação são:

  • Vacinar os animais cansados e estressados;
  • Realizar o processo de vacinação com pressa, com os animais em movimentação extrema;
  • Realizar a vacinação em locais não adequados como: Cupim, Picanha, Lombo, Acém;
  • Não manter as vacinas em temperatura adequada e não utilizar equipamento limpo e adequado, entre outros.

Consequências dos erros de vacinação

De acordo com Bassem, diretor técnico da JBS , de todos animais abatidos na empresa, cerca de 30% apresentam reações vacinais e destes, 50% são abcessosprovenientes de práticas de vacinação incorreta.

Quando a indústria detecta uma lesão é necessário que se faça a remoção da área atingida, porém, como a vacinação é realizada de maneira intramuscular, muitas vezes a reação vacinal não é detectada no abate, outras vezes, nem na desossa, e quem encontrará esta reação é o consumidor final, que terá uma aversão ao produto, pois tem um aspecto extremamente desagradável, denotando um certo descaso.

De acordo com um estudo realizado pela Universidade Federal do Mato Grosso do Sul (UFMS), quando as carcaças afetadas foram submetidas ao toalete foi retirado em média 1,8 e 2,0 kg de músculo da área afetada.

Ainda segundo o estudo conduzido em 2014, o prejuízo econômico da propriedade de origem dos bovinos afetados foi de R$ 20.424,00, considerando o preço pago pela arroba do boi no mês e ano da ocorrência. Esses valores à época seriam suficientes para adquirir 29,17 bezerros desmamados para engorda.

Seguindo as dicas e os passos você garante a imunização do rebanho e evita perdas econômicas em decorrência da retirada de abcessos no abate.

Reprotec teve impacto na renda dos pecuaristas

O Projeto Rede de Propriedades de Referência Tecnológica (Reprotec) foi desenvolvido em 2011 por Pesquisadores e Extensionistas da Epagri de Lages, Embrapa Pecuária Sul, Fapesc e Associação Rural de Lages, com objetivo de desenvolver a pecuária de corte. Uma atividade tradicional que faz parte da história e fundação e que ainda não foi desenvolvida em sua plenitude na região serrana.

Com a implantação do projeto em propriedades de Bom Jardim da Serra, São Joaquim, Painel, Capão Alto, Lages e São José do Cerrito, foi possível dobrar a produção de terneiros e de boi gordo. Esse foi o mote do projeto: tecnologias adaptadas para cada propriedade.

Os novos números impactaram diretamente na renda dos pecuaristas da região, pois eles tiveram um trabalho de base nas propriedades com acompanhamento técnico e também dos custos e no gerenciamento do processo produtivo. “Esse impacto foi medido durante os cinco anos de acompanhamento do projeto”, completa.

O resultado desse trabalho está no livro Pecuária de Corte, Vocação e Inovação para o Desenvolvimento Catarinense. O desafio foi justamente mostrar que é possível ter uma renda maior quando se investe em tecnologia na pecuária de corte. “A pecuária de corte ainda é a última grande cadeia produtiva de Santa Catarina a ser desenvolvida e tem muito a trazer renda pro estado com tecnologias simples”, afirma.

Santa Catarina é um estado diferenciado em relação à produção de pecuária de corte brasileira. O rebanho catarinense e o tamanho das propriedades são pequenos comparado com outros estados como o Mato Grosso. “Esses ganhos múltiplos do sistema fizeram com que os índices evoluíssem na Serra Catarinense, mas ainda sim, exigem empenho no manejo sanitário, rebanho, pastagem e reprodução, para diferenciar a pecuária catarinense pela qualidade.“ O desafio é massificar isso pra que mais gente possa ganhar dinheiro com pecuária de corte”, argumenta.

 

 

 

Fonte: Correio Lageano. Disponível em: <http://www.clmais.com.br/informacao/107416/pecu%C3%A1ria-de-corte:-uma-atividade-aquecida-na-serra-catarinense> Acessado em julho de 2017

Cultivares de soja da Embrapa destacam-se em ranking de produtividade

Diversas cultivares BRS tiveram ótima colocação no ranking de produtividade realizado pela Coopavel no Show Rural em 2017. Os maiores destaques foram para as cultivares de soja BRS 1003IPROBRS 1007IPRO. A Edição 415, de maio de 2017, da Revista Coopavel publicou o resultado da produtividade das cultivares das empresas expositoras no evento, realizado em Cascavel, PR. A cada ano, após a realização do Show Rural, as cultivares têm suas produtividades analisadas.

As cultivares de soja BRS 1003IPRO e BRS 1007IPRO apresentaram produtividades de 6.181 e 6.038 Kg/ha, respectivamente, para plantio em primeira época. Além destas, a cultivar BRS 413RR foi classificada em segundo lugar no ranking de produtividade de segunda safra, entre as 23 cultivares analisadas no evento.

Destaque no RS – Outra cultivar de soja da Embrapa, a BRS 7380RR, teve uma ótima eficiência produtiva no Rio Grande do Sul, comprovada em ranking realizado pela Prover Informação Produtiva, empresa que realizou o levantamento nas regiões de Alegrete, Jaguarizinho, São Gabriel e Vila Nova do Sul.

Mesmo recomendada para produção no Cerrado brasileiro, a cultivar destacou-se nos ensaios de produtividade realizados pela empresa, tendo atingido a média de 62 sacas/ha. Para Rafael Vivian, gerente adjunto de mercado da Embrapa Produtos e Mercado, este resultado é muito importante, pois mostra a alta qualidade genética das cultivares BRS, bem como a capacidade de adaptação às diversas regiões, mantendo sempre a estabilidade produtiva.

Acesse aqui a Revista Coopavel.

 

Fonte: Embrapa. Disponível em: <https://www.embrapa.br/noticias-rss/-/asset_publisher/HA73uEmvroGS/content/id/25173575> Acessado em agosto de 2017.

O pinhão na culinária

“Um compêndio com 100 receitas de pinhão, doces e salgadas, testadas e avaliadas quanto ao seu valor calórico e aceitabilidade”. Eis um bom resumo do conteúdo do livro O pinhão na culinária, publicação da Embrapa que acaba de ganhar sua terceira impressão. Lançada originalmente em 2013, a obra foi uma das finalistas do Gourmand World Cookbook Awards 2015, considerado o Oscar da literatura gastronômica mundial. A nova impressão foi feita para atender à demanda pela publicação.

Editado pela Embrapa Florestas (PR), e publicado pela Embrapa Informação Tecnológica, o livro é o resultado de um trabalho que envolveu ciência e prática culinária, incluindo a preparação e o teste de cada uma das receitas. A publicação tem como autoras as pesquisadoras da Embrapa Rossana Catie Bueno de Godoy e Cristiane Helm, as nutricionistas Maria de Fátima de Oliveira Negre e Geisa Liandra de Andrade de Siqueira, da Escola Estadual Júlia Wanderley, de Curitiba (PR), e a técnica em nutrição e dietética Lídia Maria Mendes, da mesma instituição de ensino. A diagramação da obra contou com a parceria do Centro Universitário UniBrasil.

Iguaria tipicamente brasileira, o pinhão é a semente da pinha, ou seja, o fruto da araucária (Auracaria angustifólia), espécie arbórea conhecida entre outros nomes, como pinheiro-do-paraná, pinha, pinheiro-brasileiro ou ainda por suas denominações indígenas curil, curi ou curiúva. Essa espécie vegetal é encontrada na América do Sul, com ocorrência na Argentina, Paraguai e no Brasil a partir da região Sudeste onde é encontrado entre os meses de março a agosto.

Além de dicas culinárias, o livro traz informações sobre o valor nutricional do pinhão. As 100 receitas, separadas entre doces e salgadas, são apresentadas com fotos dos pratos finalizados, a indicação dos ingredientes, modo e tempo de preparo, rendimento e calorias por porção.

 

Fonte: Embrapa. Disponível em: <https://www.embrapa.br/informacao-tecnologica/busca-de-noticias/-/noticia/25140008/o-pinhao-na-culinaria-livro-de-receitas-ganha-nova-impressao> Acessado em julho de 2017.

Publicação estimula o plantio de araucárias

“A araucária é uma espécie única, e cada vez mais descobrimos coisas novas sobre ela. Precisamos valorizá-la, pois está esquecida e essa é a ideia do livro: novos conhecimentos para a araucária voltar a participar do cenário econômico, de forma sustentável”. Com esta afirmação, o pesquisador Ivar Wendling, da Embrapa Florestas, resume o objetivo do livro “Araucária: particularidades, propagação e manejo de plantios”, do qual é editor técnico junto com o Professor Flávio Zanette, da Universidade Federal do Paraná. O livro foi lançado no 24/06, Dia Nacional da Araucária, em evento no Auditório do Mercado Municipal de Curitiba.

“A araucária não é peça de museu: tem que ser usada para viver”, corrobora Prof. Zanette. A proposta dos editores técnicos é a conservação da araucária mediante seu uso. Protegida por Lei por estar ameaçada de extinção, existe pouco interesse em seu plantio ou mesmo no manejo das plantas que já existem, uma vez que é muito burocrático o seu uso com fins econômicos. O raciocínio é simples: que produtores rurais e demais interessados sintam-se estimulados a cada vez mais plantar araucária e possam manejá-la, de acordo com critérios técnicos e dentro do permitido pela legislação, que hoje é bastante restritiva.

“Os legisladores precisam entender que a araucária é um bem econômico, social e ambiental do Brasil”, afirma Zanette. Trabalhando há 32 anos com a espécie, o professor explica que o lançamento do livro representa um marco de apresentação à sociedade de técnicas testadas e efetivas para uso sustentável da araucária.

“A equação do pinhão não fecha”, exemplifica Wendling. “É um alimento cada vez mais demandado, com alto potencial para a saúde. Mas as árvores existentes estão ficando velhas e, com isso, produzem cada vez menos pinhão”, alerta. Já houve, inclusive, interesse para exportação, mas não há produção suficiente para esta demanda. A madeira da araucária, também de alta qualidade, poderia ter usos nobres para geração de renda. “Não estamos incentivando o corte das araucárias existentes”, explica Wendling. “Pelo contrário, precisamos preservar o que existe, mas incentivar novos plantios com qualidade técnica”, completa.

Durante o evento de lançamento, autoridades mostraram a importância tanto da espécie quanto das ações conjuntas. O Chefe Geral em exercício da Embrapa Florestas, Sergio Gaiad, ressaltou a importância da união de esforços e instituições em prol da espécie: “isolados fazemos muito pouco, mas precisamos dar subsídios para o aprimoramento da Lei”. A vice Reitora da UFPR, Graciela Bolzón de Muniz, utilizou a metáfora da araucária com os braços abertos para ressaltar a acolhida da pesquisa e das parcerias com a espécie. O Secretário Municipal de Abastecimento, Luiz Gusi, falou sobre a importância do Mercado Municipal para a memória gustativa da cidade e sua relação com a araucária, árvore-símbolo de Curitiba, e a articulação entre setores público, privado e ongs para trabalhar em prol da espécie.

O livro aborda particularidades da araucária, tecnologias de propagação, como a produção de mudas de qualidade, tanto por sementes quanto por enxertia ou estaquia, a formação de pomares de araucárias de pinhão precoce e critérios de manejo de plantios de araucária, com considerações sobre suas aplicações, vantagens e desvantagens, visando contribuir ao desenvolvimento de uma silvicultura sustentável.
A publicação é voltada a técnicos, extensionistas, produtores rurais e estudantes que trabalham com a árvore-símbolo do Paraná, além de autoridades que tratam do assunto. Financiada com recursos do CNPq, a obra tem tiragem impressa limitada, porém, está disponibilizada online clicando aqui.

 

Fonte: Embrapa. Disponível em: <https://www.embrapa.br/busca-de-noticias/-/noticia/24877680/publicacao-estimula-o-plantio-de-araucarias>  Acessado em Julho de 2017

Dietas atrativas estimulam leitão recém desmamado

Na criação comercial de suínos é comum nos depararmos com baixo consumo de ração na fase pós-desmame, o que compromete a produção de enzimas digestivas e aumenta a incidência de desordens intestinais e diarreias. Para estimular o consumo de alimentos, e manter a integridade da mucosa intestinal, é essencial a adoção de dietas complexas, as quais incluem alimentos de alta palatabilidade e digestibilidade, como lácteos, plasma sanguíneo, farinhas de peixe, etc. Sabendo que o ganho de peso dos leitões na fase de creche está relacionado com o ganho de peso na fase de terminação, e que o consumo de ração nesta fase inicial equivale a 15% do consumo total, podemos entender que uma dieta mais cara na fase pós-desmame não significa desperdício de dinheiro, e sim investimento para o futuro.

Fatores que afetam a ingestão de alimentos em leitões desmamados

Exposição a patógenos: A exposição dos suínos a patógenos (vírus e bactérias) resulta na liberação de moléculas pró-inflamatórias que ativam o sistema imunológico (sistema de defesa do animal). Esta ativação do sistema imune produz alterações nos processos metabólicos, e resulta na redução no consumo de ração, e, consequentemente queda de desempenho.

Idade ao desmame, creep feeding e mistura de leitegadas: O desmame é o momento em que ocorre estresse de diferentes ordens: nutricional (mudança de dieta líquida para dieta sólida), psicológica (mistura entre animais de diferentes ninhadas e separação da mãe) e ambiental (baias com menor controle de temperatura, umidade, etc.). Como consequência, os leitões expressam desempenho menor do que seu potencial genético permitiria expressar.

O manejo estratégico mais comum que ocorre na fase que antecede o desmame é o creep feeding. Esse manejo consiste na oferta de alimentos sólidos de origem animal que apresentam alta digestibilidade, mas também na oferta de ingredientes de origem vegetal, tais como milho e farelo de soja, que estimulam a secreção de ácidos e enzimas no estômago e intestino, e que preparam  o leitão para as fases subsequentes.

Quando se trata de mistura de leitegadas, a resposta deste manejo sobre a ingestão de alimentos ainda é controversa. Algumas pesquisas demonstram uma redução na taxa de crescimento, no consumo de ração e piora na conversão alimentar de leitões expostos a diferentes grupos sociais. No entanto, outros trabalhos mostram que o estresse gerado pela mistura de leitegadas estimula o leitão às disputas de dominância social, e, consequentemente favorece de forma positiva o consumo de ração.

Fatores ambientais: Diante da necessidade de manter a termoneutralidade no período de baixas temperaturas, os animais costumam desenvolver alguns comportamentos inatos de sobrevivência, e se agrupam para reduzir a perda de calor e evitar a hipotermia. Grande parte da energia fornecida via dieta, nessa fase, é usada para manter constante a temperatura corporal, no entanto, quando o consumo de alimentos é baixo essa energia usada para sobrevivência e ganho de peso pode ser insuficiente para atender a demanda do animal. Em contrapartida, altas temperaturas raramente afetam o desempenho de leitões jovens.

Atratividade das dietas

O suíno apresenta dois diferentes comportamentos em relação ao consumo dos alimentos: a preferência inata que é adquirida antes do nascimento através da transmissão de sinais químicos da dieta materna para leitegada por meio do líquido amniótico e um comportamento adquirido que evolui para uma aceitação. Os suínos são capazes de identificar alimentos seguros e nutritivos não somente pela percepção gustativa, mas pela associação das sensações visuais e olfativas. Esta denominação é denominada de percepção alimentar. O olfato representa um dos mais acurados sentidos do suíno, interagindo fortemente  com a gustação, estima-se que os suínos tenham cerca de 1000 genes relacionados à percepção do olfato.

De forma geral, a preferência alimentar dos leitões costuma variar de acordo com a natureza dos macroingredientes da dieta. Alguns ingredientes colocados em menor quantidade nas formulações também podem desempenhar um papel importante na preferência alimentar. Fatores antinutricionais presentes nos produtos de origem vegetal, tais como, lecitina, tanino, inibidores de tripsina e quimotripsina, dentre outros, podem comprometer a palatabilidade da ração final por apresentarem sabor amargo, o qual os suínos apresentam aversão. Neste sentido, a forma de processamento e o tratamento térmico, feitos de forma correta, podem reduzir consideravelmente a atividade da maioria destes compostos indesejáveis.

Quanto aos palatabilizantes artificiais, os resultados de pesquisa ainda são inconsistentes e controversos, uma vez que a replicação dos experimentos nem sempre promovem resultados semelhantes. A adição de edulcorantes em dietas de leitões desmamados já demostrou bons resultados no que tange aumento no consumo diário. O açúcar, o melaço e o glutamato monossódico, quando adicionados às dietas de leitões desmamados também melhoram a palatabilidade e, consequentemente, a ingestão de alimento, enquanto alguns palatabilizantes artificiais produzem sabor “metálico” que geralmente resulta em “fadiga” de sabor em leitões jovens.

A forma física da dieta também influencia no desempenho dos leitões, especialmente naqueles desmamados precocemente. Um grande número de trabalhos evidencia que rações peletizadas proporcionaram melhores resultados de desempenho, principalmente nos primeiros dias pós-desmame. Assim como, as gorduras e os óleos desempenham um papel importante na preferência alimentar relacionada à percepção do gosto pelo leitão. Ácidos orgânicos, isolados ou combinados, também tem demostrado bons resultados na elevação do consumo. Produtos de origem animal, tais como plasma sanguíneo, farinha de sangue, farinha de carne e vísceras, que apresentam baixa palatabilidade para humanos, se mantidos dentro do controle de qualidade podem ser muito bem aceitos por leitões jovens.

Em suma, um dos grandes desafios dos nutricionistas de suínos é entender em profundidade os eventos fisiológicos e biológicos que ocorrem com o leitão no período pós desmame, e não somente encontrar soluções de dietas de alto valor nutricional, mas também de alto consumo. Dietas de alto valor nutricional, mas de baixa atratividade, não são consumidas em quantidades suficientes pelos leitões, e, consequentemente, podem limitar o ganho de peso diário dos animais.

 

Fonte: Embrapa. Disponível: <http://www.cidasc.sc.gov.br/blog/2017/08/05/dietas-atrativas-estimulam-leitao-recem-desmamado/> Acessado em Julho de 2017

Manejo no inverno deve se concentrar na dieta

Manejo, como todo produtor sabe, é parte essencial para que a produção dê bons lucros e não dor de cabeça. Para isso, é importante que o pecuarista siga alguns passos para que, durante todo o ano, seu rebanho seja saudável e obtenha os resultados esperados, seja na produção de leite ou carne. Porém, para muitos, o inverno pode ser um empecilho para este bom rendimento. A falta de planejamento e bom manejo fazem com que a estação mais fria do ano seja muito mais difícil para o pecuarista.

Quando se fala em manejo no inverno para bovinos, o que vem à mente é a dieta dos animais, que pode ser afetada pela falta de alimentos. A primeira questão em que o produtor deve pensar é em definir quais são os objetivos dele com a produção, além de respeitar as características da propriedade e os recursos que ele tem disponíveis. “Depois que tiver tudo isso bem definido, é preciso planejar o sistema de produção para atingir esse objetivo”, orienta o professor doutor da Universidade Estadual Oeste do Paraná – Unioeste, zootecnista Eriton Valente. Ele esclarece que os detalhes específicos devem ser definidos em função dos objetivos e recursos disponíveis pelo produtor.

Valente destaca que, quando o produtor pensa em fazer um bom manejo durante o inverno, é preciso que ele saiba as diferenças que existem entre a atividade no inverno e no verão. Isso porque as pastagens que estarão disponíveis para o rebanho durante as estações serão diferentes, já que cada uma conta com características distintas. “Os fatores climáticos que mais influenciam na produção de alimentos são a água, temperatura e a luminosidade”, conta o professor. Estas características, segundo ele, são diferentes no verão e inverno, sendo que algumas vão se acentuar bastante quando é pensada em produção animal. “Estes são fatores que vão afetar o crescimento da planta durante o inverno, que estarão reduzidas nesta estação do ano, então a planta vai crescer em uma velocidade menor”, destaca.

Valente afirma que estas características são bastante visíveis quando são pensadas nas plantas tropicais, que são as mais produzidas no verão. “Elas têm uma produção muito grande durante o verão, mas quando chega o inverno há uma velocidade de crescimento muito reduzida”, afirma. Ele acrescenta que normalmente essa redução no crescimento torna-se um fator limitante para a produção de alimentos dos ruminantes, isso porque não é possível manter o mesmo sistema nas mesmas condições de produção no verão e no inverno “porque os resultados vão ser distintos”, completa.

O professor explica que quando chega o inverno é preciso que o produtor utilize algumas estratégias para compensar essa redução da produção de alimentos. “E é aí que entra o planejamento, que é um dos maiores limitantes dentro da produção de bovinos, seja de leite ou corte”, diz. Valente explica que a estratégia que vai ser adotada durante o inverno já tem que ser definida durante o verão. “O planejamento já tem que ser definido antes. Isso para a fazenda não sofrer dificuldades durante o inverno para suprimento de alimentos, para compensar essa redução de crescimento (das plantas) no inverno. Ele tem que ter uma reserva ou alguma maneira diferente de produzir alimento no inverno”, conta.

O professor destaca algumas alternativas que podem ser utilizadas pelo produtor para a produção de alimentos no inverno, para compensar a queda do crescimento de plantas tropicais. “Podemos utilizar outras espécies de gramíneas ou mesmo leguminosas que têm um desenvolvimento bom durante este período do inverno”, comenta. Valente explica que as pastagens tropicais têm uma passagem de crescimento bastante reduzida durante o inverno, mas outras plantas podem ter um crescimento acelerado, e, dessa forma, ser utilizadas de forma estratégica.

Outra estratégia citada pelo professor é o produtor adotar o sistema de criação de animais confinados ou misto, onde o animal tem parte da dieta no pasto e parte no cocho. “Dessa forma o produtor deve ter toda a preparação do alimento conservado durante o verão, como por exemplo, silagem de milho, feno, entre outros tipos de silagem”, diz. O produtor ainda pode, de acordo com Valente, utilizar outras espécies, como gramíneas e aveia no inverno. “Elas podem ser cultivadas com estratégias diferentes ou em áreas que já são de pastagem”, sugere. Valente ainda conta que é possível também cultivar algumas áreas exclusivas de gramínea de inverno, que pode ser aveia. “Existem diversas variáveis disponíveis no mercado”, afirma.

O estudioso destaca que é possível definir o correto manejo no inverno buscando estratégias. “Primeiramente é necessário fazer o planejamento, que visa a utilização de estratégias para complementar a dieta, compensando a redução do crescimento da planta no inverno”, diz. Ele reitera ser imprescindível que este planejamento seja feito ainda no verão. “Porque esta é a época que deve acontecer o planejamento, até mesmo para o produtor não ter perdas durante o inverno, seja no peso dos animais ou na produção do leite”, afirma. Porém, o que mais acontece, segundo Valente, é que este planejamento não é feito de forma eficaz nas propriedades.

Outro equívoco comum do produtor, de acordo com o professor, é que durante esta fase em que a planta está crescendo menos, no inverno propriamente dito, às vezes o produtor vai ter dentro da propriedade uma quantidade insuficiente de pasto, e coloca uma quantidade muito grande de animais sobre a pastagem, fazendo assim a colheita excessiva. “Isso também vai reduzir a reserva de plantas para os animais”, afirma. Valente explica que durante o inverno a planta já está em uma situação de crescimento lento e quando passar esta estação a planta vai demorar ainda mais para se recuperar. “Ela vai ter um efeito negativo na primavera, que é também uma fase bastante crítica. Porque, as vezes pesamos tanto na questão do inverno, mas a transição que existe entre ele para o período do verão também é uma situação crítica, muito vezes até mais, porque o produtor que não se planeja bem, as reservas de alimentos acabarão no inverno, o que também é um problema”, comenta. O professor diz que essa transição do inverno para o período mais voraz do crescimento não é tão rápida, sendo que vai levar alguns meses para a planta voltar a ter um crescimento mais acelerado. “Isso também pode causar um prejuízo dentro da produção”, informa.

Valente explica que é interessante fazer um planejamento de reserva alimentar para o período de inverno, ainda mais porque não há como prever se o inverno vai ser mais ou menos rigoroso. “É sempre interessante manter uma reserva, uma margem de erro, porque se o inverno for mais rigoroso, ele já armazenou um pouco a mais de alimento. É favorável a questão do planejamento porque as vezes as condições climáticas em alguns anos são mais desfavoráveis do que em outros para a produção de alimentos”, conta.

Doenças

Muitos produtores associam ainda o inverno ao período em que o rebanho está mais suscetível a doenças. Mas, de acordo com Valente, os maiores problemas na estação mais fria do ano estão relacionados com a dieta. Ele afirma que outros problemas que surgem estão diretamente relacionados a dieta. “Essa questão de doenças, pensando num sistema de produção dentro de uma fazenda, grande parte destes problemas estão relacionados a deficiências nutricionais. A maneira mais eficiente de prevenirmos doenças dentro da propriedade, e também acaba sendo a forma mais barata, é manter a dieta dos animais”, comenta. Para ele, esta é uma das prevenções mais eficientes do ponto de vista produtivo. Isso porque os animais quando estão bem nutridos são menos suscetíveis a doenças. “O animal está malnutrido porque faltou alimento para ele. Dessa forma, animais perdem peso e ainda ficam mais vulneráveis para contrair alguma doença”, afirma. Valente destaca que se no inverno o animal estiver malnutrido, isso vai fazer com que ele fique estressado, fazendo com que o sistema imunológico fique deficitário.

De acordo com o estudioso, se é uma fazenda que ainda tem problemas sanitários, a questão de higiene não está muito boa, mais ainda que o local terá dificuldade com doenças de forma geral. “Quando pensamos em um manejo preventivo, os primeiros pontos a se destacar são a questão nutricional, porque o animal vai ter uma resistência imunológica maior”, conta. Ele acrescenta que obviamente é preciso ter um cuidado especial com a sanidade, já que é preciso fazer o manejo de parasitas e vacinações de rotina. “Do ponto de vista sanitário é basicamente isso, não existe uma muita diferença em relação ao verão, exceto se pensarmos que no inverno normalmente é a fase que os animais estão tendo mais problema de nutrição”, comenta. Ele diz que neste caso, indiretamente, se a fazenda está errando neste manejo, o produtor acaba tendo problemas sanitários em erros que vão se acumulando.

Para Valente, o maior problema é que de forma geral, muitas vezes o produtor não consegue perceber ou identificar alguns problemas na propriedade. “Ele não consegue visualizar os problemas que está tendo. Às vezes, quando o produtor vai fazer o desembolso para comprar algum alimento, consegue visualizar qual foi o custo para adquirir o alimento, mas não consegue ver o prejuízo, porque isso já exige um grau de administração maior, com a ajuda de algum técnico, para saber quando perderia, por exemplo, se ao invés de comprado o alimento tivesse feito a conservação para o período do inverno”, explica. Ou até mesmo o fato dos animais começarem a ficar doentes/debilitados, porque o manejo alimentar não foi adequado, causa prejuízo, às vezes, não vistos. “Essa questão o produtor não consegue visualizar. Às vezes, quando morre um animal ele consegue fazer a conta. Mas, se ele tem, por exemplo, dez animais e cada um está produzindo 10% menos do que poderia, é a mesma coisa como se tivesse perdido um animal”, exemplifica.

De acordo com Valente, em função das modificações de mercado que têm acontecido nos últimos anos, as produções agrícolas têm tornado este mercado mais competitivo. “O mercado tem sido mais exigente, as margens do ano do produtor têm se reduzido. Então, qualquer erro que o produtor faz, por mais que não seja grande, pode ser decisivo. A fazenda vai estar operando com lucro ou com prejuízo”, afirma.

O professor explica que por mais que muitas vezes o proprietário não consiga fazer a conta, ele vai sentindo que vai perdendo grau de investimento na propriedade, que não está conseguindo repor os materiais e as estruturas vão sucateando. “Aí vem a necessidade de aperfeiçoar a questão de manejo, a utilização de novas técnicas para atualizar a propriedade e deixar a atividade sempre rentável e viável”, comenta.

 

Fonte: CIDASC. Disponível em: <http://www.cidasc.sc.gov.br/blog/2017/08/06/manejo-no-inverno-deve-se-concentrar-na-dieta-diz-professor-da-unioeste/> Acessado em Julho de 2017.

Perspectiva de novas exportações de terneiros

O jornalista Paulo Derengoski, sempre atento aos acontecimentos, enviou-me um recorte de jornal com uma notícia interessante para o agronegócio serrano.

A informação dá conta de que pelo menos mais 10 mil bezerros vivos devem ser exportados este ano, a partir de Santa Catarina, exatamente pela razão de ser um Estado livre da vacinação contra a aftosa.

O rebanho catarinense é aceito em países que nunca tiveram ou erradicaram a febre aftosa. Só no ano passado foram vendidos cerca de 4 mil animais à Turquia.

Toda a operação foi realizada com êxito pela empresa Tex Foods, empresa de capital estrangeiro italiano, é comandada em Santa Catarina por Maurício Ceron.

A compra dos animais exportados a partir do Porto de Imbituba foi, em grande parte, feita na Serra Catarinense, e seja como for, este ano a pretensão é reunir os novos lotes para exportação.

O mercado regional serrano está à espera das informações oficiais, referentes à intenção.

 

Fonte: Paulo Chagas. Disponível em: <http://paulochagas.net/?p=54390> Acessado em Março de 2017.