Lages – Os leilões realizados no último final de semana no Parque Conta Dinheiro reforçaram o sinal de que o setor agropecuário serrano teve um ano de excelentes resultados. No sábado, cerca 650 animais de diversas raças foram comercializados com uma lucratividade de R$ 618 mil. Já no domingo, num leilão particular, e o envolvimento de aproximadamente 200 cabeças, somaram mais R$ 310 mil.
No conjunto dos dois dias de leilões, o resultado ficou perto de R$ um milhão de reais. “Foi, sem dúvida, o melhor ano da agropecuária da região. De março a novembro, todos os animais ofertados nos leilões foram vendidos”, ressalta o presidente da Associação Rural de Lages, Márcio Pamplona. Numa análise mais criteriosa, o dirigente rural destaca que o pecuarista está mais confiante, devido ao mercado favorável, e passou a adquirir mais. Os preços atrativos e acima da média nas feiras impulsionaram o negócio em grupo, com valores acima do vendido diretamente nas propriedades.
O ano de 2011 seguiu com mercado positivo ao setor, sem oscilações; preços estáveis, e a procura e oferta foram sempre constantes. Espera-se ainda mais para o próximo ano, em função da parceria com o Governo do Estado, através dos incentivos nas linhas de crédito na agricultura de baixo carbono e dos programas de juro zero. Além disso, é hora da região desfrutar da condição do status livre da febre aftosa sem vacinação. “Em suma, o produtor está fazendo a parte dele, ou seja, produzindo animais de qualidade”, salienta Márcio. Por outro lado, ainda segundo Márcio Pamplona, os produtores lamentam que o Poder Público não acompanhe por completo as necessidades do campo. Além dos problemas com as estradas e pontes, falta estrutura de telefonia, internet e, inclusive, a falta de escolas. Tudo isso dificulta até mesmo para manter os empregados. Não há visualização da importância do setor na economia do Estado.
Para se ter uma ideia, em um ano, a bovinocultura, somente na região de Lages, vendeu para abate, cerca de 50 mil cabeças de gado, representando economicamente um volume de aproximadamente R$ 75 milhões. E tem ainda a comercialização direta entre os proprietários, que somam outras 80 mil cabeças, girando só na Região, ao todo, mais de R$ 130 milhões, num único ano. “Realmente nós ruralistas e os demais empresários do campo, não entendemos a razão para tanta dificuldade devido à falta de infraestrutura para o escoamento da produção, levando em conta a alta movimentação econômica que o agronegócio propicia”, conclui Pamplona.
Mais informações: Associação Rural de Lages – (49) 3225 3802 / 3223 0923.
Fonte: http://www.lagesrural.com.br/