Com aumento de 16,8%, Santa Catarina tem safra recorde de soja

No entanto, a produção total de grãos no Estado caiu 1,2% em relação à safra anterior

A safra 2014/2015 foi recorde no país. Santa Catarina teve a maior produção de soja de sua história desde que o Centro de Socioeconomia e Planejamento Agrícola (Cepa) começou a registrar a colheita, em 1975. Porém, no geral, teve queda de 1,2% em relação ao ano passado devido a uma redução de 2,4% na área plantada.

De acordo com o levantamento da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), divulgado na quinta-feira, a produção nacional de grãos será de 204 milhões de toneladas, volume 5,4% maior do que em 2013/2014. Em Santa Catarina a produção total de grãos (milho, soja, feijão, arroz, entre outros) caiu 1,2% em relação à safra anterior. A estimativa é de 6,487 milhões de toneladas. Mas a safra de soja aumentou 16,8%, atingindo volume recorde de 1,9 milhão de toneladas.

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O Estado também teve recorde de produtividade no milho, ou seja, produziu mais por área plantada, com 7,750 quilos por hectare, volume 4,9% superior ao ano passado. Mesmo assim o volume total do cereal produzido caiu, devido a uma redução de 12% na área de plantio – o que pode ser atribuído à expansão urbana e ao cultivo de milho para alimentação do gado.

As lideranças do agronegócio catarinense avaliam que o resultado foi positivo devido ao clima favorável e ao investimento dos produtores em tecnologia. Para o secretário-adjunto de Agricultura do Estado, Airton Spies, a boa safra contribui para amenizar os resultados negativos de outros setores no país. Para Santa Catarina, ela é importante para dar sustentabilidade ao modelo agroindustrial.

— Temos 60% da nossa produção agropecuária baseada na proteína animal de aves, suínos, bovinos e pescado, que se alimentam de grãos — afirma.

Preço vai na contramão do volume produzido

Mesmo com os bons resultados, Santa Catarina terá que trazer pelo menos 2 milhões de toneladas de milho de outras regiões para atender a demanda. Spies diz que o governo do Estado está com um projeto para aumentar a produtividade de milho para 10 toneladas por hectare e assim buscar a autossuficiência no cereal. Isso com subsídios para sementes e calcário.

Para o presidente da Companhia Integrada para o Desenvolvimento Agrícola de SC (Cidasc) e vice-presidente da Federação da Agricultura do Estado (Faesc), Enori Barbieri, a safra catarinense foi boa, mas teve menos rentabilidade do que a anterior. Fato ligado a boa safra norte-americana e a estoques mundiais elevados.

— No ano passado vendemos a saca de soja por R$ 63 e atualmente está em R$ 57 — reclamou.

Além disso, houve aumento de custos com a alta do dólar e da energia elétrica, entre outros. Barbieri também atribuiu a queda da área plantada em Santa Catarina ao avanço das áreas urbanas. A produção também caiu pela redução da área de milho, que tem maior produtividade por hectare do que a soja, que teve crescimento.

— Num hectare dá para colher 200 sacas de milho contra 60 a 70 da soja — explicou.

O presidente da Cooperativa Agroindustrial Alfa (Cooperalfa), Romeo Bet, disse que a safra foi boa, mas os preços do milho caíram de R$ 25 para R$ 22 a saca. Isso aliado a um aumento de custos está deixando os agricultores cautelosos.

— O produtor está arredio e com cautela em relação ao próximo plantio — avaliou.

Fonte: http://diariocatarinense.clicrbs.com.br/sc/geral/noticia/2015/06/com-aumento-de-16-8-santa-catarina-tem-safra-recorde-de-soja-4780016.html

Seguro rural deverá ser o pilar da lei agrícola brasileira, diz ministra

Após participar da solenidade de abertura da 22ª Feira Internacional de Tecnologia Agrícola em Ação – Agrishow, em Ribeirão Preto (SP), a ministra Kátia Abreu (Agricultura, Pecuária e Abastecimento) afirmou que o seguro rural será o pilar mais importante da lei agrícola brasileira, que está sendo formatada pelo ministério.

A ministra afirmou que o Mapa, com a ajuda das entidades de classe, do Congresso Nacional e de pesquisadores acadêmicos, vai elaborar uma lei agrícola a exemplo da Farm Bill, dos Estados Unidos, e da Política Agrícola Comum (PAC), da União Europeia. A legislação, que poderá ser revista a cada quatro ou cinco anos, visa a dar mais previsibilidade aos produtores e ao mercado.

“Não queremos mais viver no improviso de ano a ano ter um plano safra. A presidente Dilma Rousseff entendeu essa situação e estamos conversando com especialistas, pessoas de renome nacional para desenhar os princípios dessa lei para que o Congresso Nacional possa apreciar, fazer as modificações necessárias”, explicou Kátia Abreu.

“O Brasil poderá ter uma lei agrícola para quatro ou cinco anos, cujos pilares mais importantes serão o seguro para intempéries climáticas e o seguro agrícola de renda. O que nós queremos com isso é planejamento estratégico para o produtor do Brasil, como nossos concorrentes americanos e europeus têm”, completou a ministra.

A ministra destacou ainda que o Plano Agrícola e Pecuário será lançado em 19 de maio pela presidente Dilma Rousseff, com cerca de um mês de antecedência em relação aos últimos anos.
“Esse ano nós queremos inovar e lançar o plano safra em maio, mas, com a nova lei agrícola, o ideal é que possamos dar os detalhes dos planos a cada mês de março. A lei vai impor as regras e se houver alguma modificação de regulamentação, será anunciada a cada mês de março”, afirmou.

A ministra participou da abertura da Agrishow ao lado do vice-presidente, Michel Temer, do ministro da Ciência e Tecnologia, Aldo Rebelo, e do governador de São Paulo, Geraldo Alckmin, além de outras autoridades.

 

Fonte: http://www.agricultura.gov.br/politica-agricola/noticias/2015/04/seguro-rural-devera-ser-o-pilar-da-lei-agricola-brasileira-diz-ministra