Medida provisória que facilita aos produtores quitar débitos é aprovada no Senado

Proposta reabre negociação das dívidas de 95 mil agricultores inscritos na Dívida Ativa da União

Em todo o país, pelo menos 95 mil agricultores estão inscritos na Dívida Ativa da União, que é o conjunto de débitos de empresas e pessoas físicas com órgãos públicos federais. Em alguns casos, a conta se arrasta por mais 20 anos e, no total, o valor devido à União ultrapassa R$ 9 bilhões. Para solucionar o problema, foi aprovada nesta terça, dia 28, no Senado, uma medida provisória que facilita aos produtores quitar os débitos. O projeto tramita no Congresso Nacional desde fevereiro deste ano e, para valer, precisa ainda ser sancionada pela presidente Dilma Rousseff.

A proposta reabre a negociação dos débitos de 95 mil agricultores inscritos na Dívida Ativa da União e garante descontos que podem variar de 33% a 70%, dependendo do valor devido. Se sancionada pela presidente, a medida provisória deve gerar alívio a muitos produtores.

Segundo o secretário de Política Agrícola da Confederação Nacional dos Trabalhadores na Agricultura (Contag), Antoninho Rovaris, a medida é uma oportunidade de fazer com que milhares de agricultores familiares, além dos médios e grandes produtores, possam estar se regularizando perante o governo.

A regra atual determina que os inscritos na Dívida Ativa tenham o CPF bloqueado. Desta forma, os devedores ficam impedidos de contrair novos empréstimos. Pela proposta, os agricultores teriam até o dia 31 de dezembro do ano que vem para aderir à regularização. Durante este período, as cobranças seriam suspensas.

Para o deputado federal Luis Carlos Heinze (PP/RS), autor da emenda, o objetivo é facilitar as negociações dos débitos e a regularização dos produtores.

– Eles não conseguem reaver esse recurso se nós não abrirmos a negociação, se não dermos os descontos. Tem produtor hoje que a dívida é até quatro vezes superior ao valor do próprio patrimônio – disse.

O relator da matéria espera que a flexibilização não seja vetada pela presidente Dilma, já que mudança deve significar perda de arrecadação.

– A presidente terá 30 dias para sancionar e nós continuaremos trabalhando no assunto, mostrando a realidade de milhares de produtores no país – afirmou.

Fonte: http://agricultura.ruralbr.com.br/

Brasil deve atentar para o aumento da demanda de carne nos mercados emergentes

Jeremiah O’Callaghan falou sobre as oportunidades do produto brasileiro no exterior durante o primeiro painel de debates da Casa RBS na Expointer 2012

As oportunidades da carne brasileira no mercado internacional foram discutidas no primeiro painel de debates da Casa RBS na Expointer 2012 neste sábado, dia 25. Em parceria com Zero Hora e Canal Rural, a Federasul convidou o diretor mundial do Grupo JBS, Jeremiah O’Callaghan, para falar sobre as possibilidades do produto brasileiro no exterior em meio à crise econômica mundial e estiagens.

O presidente da Confederação das Associações Comerciais e Empresariais do Brasil (CACB) e pecuarista, José Paulo Dornelles Cairoli, o vice-presidente da Federasul, coordenador da Divisão de Agribusiness e presidente do I-UMA, José Américo da Silva, e a editora de Economia de Zero Hora, Marta Sfredo, foram os debatedores deste primeiro painel.

Segundo José Américo, o Brasil é um grande ator no fornecimento de proteína no mundo, mas outras nações possuem capacidade de crescimento que podem trazer ameaças à competitividade do país no comércio global.

– Não somos o soberano na exportação, então a conquista e a consolidação do mercado se dará com o planejamento estratégico do setor – destacou.

Com mais de 30 anos de experiência na indústria da carne e há 17 anos no JBS, Jeremiah O’Callaghan, mais conhecido como Jerry, contribuiu com seus conhecimentos sobre a dinâmica global do setor para o debate. Nos anos 80, participou da globalização do mercado de carnes brasileiras, em negociações bilaterais para remover barreiras, tarifas e superar obstáculos sanitários.

Jerry apresentou os números da empresa no primeiro semestre do ano e falou sobre os riscos que afetam o setor da carne, como as barreiras sanitárias e as dificuldades de comercialização com outros países por problemas locais. O representante do JBS destacou a importância do contato com o consumidor, com o objetivo de conhecer o cliente, e o crescimento do consumo de carne no mundo. Segundo ele, é necessário atentar para os mercados emergentes, como Nigéria, Congo, Rússia, Sudeste Asiático e Oriente Médio, uma vez que são nesses locais onde existem as grandes chances de aumento do consumo, em detrimento da estagnação na demanda dos chamados mercados maduros, como América do Norte, Europa e Japão.

De acordo com Jerry, esta década promete consolidar a América do Sul (em especial o Brasil), a Austrália, os Estados Unidos e, em certa medida, a Índia como os países superavitários na produção de carne e o resto do mundo como dependentes desses países.

Para o secretário Estadual da Agricultura, Luiz Fernando Mainardi, o acompanhamento do cenário internacional é de extrema importância para definir as políticas certas a serem aplicadas no Rio Grande do Sul e no Brasil. Mainardi também salientou a necessidade de investimento nas cadeias agrícolas, de modo a gerar emprego e valorizar o setor.

A preocupação com a sustentabilidade, sobretudo no que diz respeito à questão da renda dos pequenos e médios produtores, também foi debatida. Segundo o secretário do Desenvolvimento Rural, Pesca e Cooperativismo, Ivar Pavan, este é um tema que deve estar presente em todas as discussões sobre o desenvolvimento, que deve ser sustentável do ponto de vista econômico, social e ambiental.

Segundo José Paulo Dornelles Cairoli, o Brasil vive um grande momento, mas ainda é novo no mercado mundial de exportação. Na opinião do pecuarista, o país avançou significativamente e o produtor rural contribuiu muito para isso, o que resultou em um crescimento significativo de setores como do milho, soja, algodão, suínos, aves, bovinos. Cairoli destacou, no entanto, que o segmento da carne ainda não tem um compromisso efetivamente com o produtor, diferente dos outros setores.

– É necessária a união entre produtor e indústria com vistas a buscar a redução de custos. Não é concebível um país de produção como o Brasil ainda ter imposto sobre a cesta básica, e uma série de dificuldades que prejudica a indústria e o produtor. É preciso que haja uma relação de parceria entre produtor e indústria e entre indústria e governo – disse.

A cadeia produtiva do arroz, milho, soja, e o mercado do leite, dentre outros assuntos, também serão tema de debates ao longo desta semana.

Fonte: http://pecuaria.ruralbr.com.br/

Representantes sindicais participam de treinamento sobre habitação rural

Lages – Numa parceria entre a Federação da Agricultura e Pecuária do Estado de Santa Catarina (FAESC), Companhia de Habitação (Cohab/SC) e o Governo federal, através do programa “Minha Casa Minha Vida”, representantes sindicais de todo o Estado estão sendo treinados para trabalharem na montagem dos processos, visando ampliar o número de moradias no meio rural.

Atualmente, calcula-se que seriam necessárias pelo menos 17 mil habitações para suprir a necessidade dos moradores no campo. Conforme o coordenador do programa, Emerson Cardozo Gava, os representantes sindicais terão que desenvolver o estudo da legislação em vigor do Programa Nacional de Habitação Rural (PNHR) para orientar as pessoas que devem aderir ao programa. A primeira etapa do PNHR teve início em Chapecó, nesta quarta-feira (18). A segunda foi em Lages, na manhã desta quinta-feira (19), quando presidentes e funcionários de 18 Sindicatos Rurais do Norte e da Serra Catarinense também receberam as orientações técnicas necessárias sobre o programa, que em seguida será repassado diretamente aos produtores interessados em cada comunidade. Na sexta-feira (20) será a vez das entidades da Grande Florianópolis.

A intenção é viabilizar a construção e reforma de aproximadamente 5 mil moradias no meio rural em Santa Catarina até 2014. “Com os processos montados, o passo seguinte será o de identificar as famílias e fazer o encaminhamento à Cohab e à Caixa Econômica Federal, salienta o coordenador do programa Emerson Cardozo Gava. Os beneficiários serão divididos em três grupos, conforme a faixa de renda. No Grupo 1 estão as famílias com renda anual bruta de até R$ 15 mil, que têm direito ao subsídio de R$ 25 mil para a construção de moradia nova e até R$ 15 mil para reforma.

O Grupo 2 corresponde as famílias com renda anual bruta entre R$ 15 mil e R$ 30 mil, com concessão do subsídio de até R$ 7 mil. E no Grupo 3 se enquadram as famílias com renda anual bruta entre R$ 30 mil e R$ 60 mil, haverá a oferta de financiamento habitacional. “Esta é mais uma oportunidade que os produtores rurais têm para realizar projetos em suas propriedades, principalmente no campo habitacional. O suporte dos Sindicatos é igualmente importante para o auxílio de seus associados”, ressaltou o presidente da Associação Rural de Lages, Márcio Pamplona.

Fonte: http://www.lagesrural.com.br/

Tribunal Regional Federal da 4ª Região declara inconstitucional a cobrança do FUNRURAL

A questão foi conquistada devido a um Mandado de Segurança impetrado em 2010 pelo Sindicato que buscou o reconhecimento da inconstitucionalidade da contribuição. Na última sexta-feira (13) a entidade tomou conhecimento do ganho de causa da ação julgada em 2ª instância pelo Tribunal Regional Federal – 4ª Região, em Porto Alegre (RS).

Além de Lages, estão contemplados produtores de Painel e Capão Alto. A contribuição, que incide sobre o faturamento dos produtores rurais, revertida para o pagamento de benefícios a trabalhadores do campo, foi considerada inconstitucional também pelo Supremo Tribunal Federal em outras ações isoladas no País. Para os produtores da região abrangida pelo Sindicato Rural de Lages (SC), dos 2,3% do recolhimento, permanecem apenas 0,2% referente ao Serviço Nacional de Aprendizagem Rural (SENAR). “O benefício atinge a todos os que os produtores que expedem Nota Fiscal e se enquadram na condição de empregadores”, ressaltou o presidente do Sindicato, Márcio Pamplona.

O Fundo de Assistência ao Trabalhador Rural foi criado em 1963 pela Lei 4214. O artigo 1º dessa lei, que obriga os empregadores pessoas físicas ao recolhimento, é que foi considerado inconstitucional. O tributo é repassado ao fisco pelos adquirentes da produção agrícola, florestal e pecuária pelo sistema de substituição tributária. Os produtores, os verdadeiros tributados, sofrem o desconto quando recebem o pagamento das mercadorias vendidas.

Da decisão ainda cabe recurso, mas, ainda segundo o presidente Márcio Pamplona, dificilmente a União terá ganho de causa. A causa foi defendida pelo escritório Branco Erpeu & Göcks – Advogados e Associados, por meio do advogado Emiliano Ramos Branco Neto. Segundo ele, resta aos produtores buscarem individualmente, fazerem valer a decisão da Justiça, inclusive, para recuperar o que foi pago indevidamente, com margem de cinco anos retroativos. “Por outro lado, mesmo tendo embasamento legal para que o FUNRURAL não seja mais pago, o produtor pode optar em fazer o depósito em juízo até que a causa seja julgada em última instância, em Brasília”, ressalta o advogado.

Mais informações: Associação Rural de Lages – Fone: (49) – 3225 3802

Fonte: http://www.lagesrural.com.br/

Boa noite, Cinderela: empresa faz leite para dormir

Em pequenos sachês, leite de vaca especial dá sono e reduz o estress em seres humanos

Cantebury, Nova Zelândia – Um leite de vaca especial, mais rico em uma substância chamada melatonina por ser coletado logo nas primeiras horas da manhã, promete ser a coqueluche dos pobres seres humanos que sofrem de insônia ou de estresse. O Sleeping Milk, ou Night Milk, chegará ao mercado em março do ano que vem, primeiramente na Nova Zelândia, na Austrália e na China. A novidade foi criada pela empresa Synlait, especialista em produzir leite em pó com valor nutricional elevado, localizada em Rakaia, na região de Cantebury, na Ilha do Sul da Nova Zelândia.

Segundo Tony McKenna, diretor geral de desenvolvimento de negócios da empresa, o leite para dormir, em pó, será vendido em sachês e indicado para quem tem sono agitado, sofre de insônia ou estresse. “A melatonina é uma substância natural que todos os animais têm, inclusive os seres humanos, mas nestes, a quantidade de melatonina diminui ao longo dos anos, com o avanço da
idade”, explica. “Então, após inúmeras pesquisas, nossos especialistas concluíram que as vacas Holandesas produzem esta substância em maior quantidade durante a noite, em seu leite”, diz.

Os fornecedores de leite da Synlait – uma espécie de associação de criadores de gado Holandês chamada Synlait Farms – coletam este leite especial todos os dias, às quatro horas da manhã (primeira ordenha do dia) e enviam o produto à fábrica. Lá, os especialistas isolam a melatonina para processa-la e transforma-la em pó. Em seguida, a substância é adicionada, em doses eterminadas, a outros tipos de leite em pó, normal ou desnatado. “A melatonina é o principal ingrediente do leite para dormir neozelandês”, afirma o executivo.

Simon Causer, gerente de pesquisas da empresa explica diz que a melatonina, por ser natural, é menos prejudicial à saúde dos seres humanos. “A melatonina tem um papel importantíssimo para ajudar os humanos a regular os ciclos dia/noite e a ordenha de leite produzido pelas vacas durante a noite permitiu que criássemos um auxiliar de sono 100% natural”.

Por ser vizinho da Austrália e parcerios comerciais da China (a Synlait tem sócios chineses e na Ásia, a empresa leva o nome de Bright), o leite para dormir deve chegar primeiro nestes países, mas McKenna acredita que seu potencial é grande e pode ser útil a todas as sociedades modernas. “As pessoas hoje em dia tem muitos problemas para dormir, estão estressadas. Precisam voltar a seguir o conselho de suas avós e tomar um leitinho quente para dormir bem”, diz ele. “Não é por acaso que existe este ditado, de que o leite dá sono. Ele dá mesmo”. Além da Ásia, McKenna acredita que o produto terá sucesso na Europa, devido à idade elevada da população, e na América do Sul, devido ao ritmo frenético de trabalho.

Causer diz que a empresa vem realizando testes para comprovar a eficácia do leite para dormir há alguns anos. Durante um período, adultos tomaram um copo do leite 30 minutos antes de irem para a cama e aí, a qualidade de seu sono passou a ser monitorada e comparada aos que tomaram o leite convencional. Segundo Causer, os resultados foram um sucesso. Uma empresa alemã e uma japonesa também estão estudando inserir o “leite do sono” no mercado.

Fonte: http://revistagloborural.globo.com/

No mercado global há perspectivas de incremento da produção de carnes

Oportunidade de expansão 

Aumento populacional, êxodo rural e elevação de renda são apostas para um incremento de 55 milhões de toneladas na produção mundial até 2020.

Em dez anos terão que ser produzidos 55 milhões de toneladas a mais de carne no mundo, entre as de aves, bovinos e suínos, para atender a elevação de demanda pela proteína. Estimativa da Organização das Nações Unidas para a Alimentação e Agricultura (FAO) aponta que a produção mundial de 270,41 milhões de toneladas, relativa a 2010, deverá saltar para 323,83 milhões de toneladas em 2020. Desse montante esperado, 31,18 milhões de toneladas deverão ser geradas no Brasil, sendo 11,35 milhões de toneladas de carne bovina. O incremento no consumo seria motivado pelo crescimento populacional, êxodo rural e aumento da classe C.

Se confirmado, o salto de produção de carne bovina no Brasil em dez anos será de 23,9%. Montante menor do que o incremento registrado entre 2001 e 2011, quando a produção nacional saiu de 6,8 milhões de toneladas equivalente carcaça para 9,1 milhões de toneladas, segundo dados do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA, na sigla em inglês) e Bigma Consultoria. O País é o segundo maior em produção de carne bovina, com quase 15% de participação na produção mundial, que em 2011 foi estimada em 62,4 milhões de toneladas de carcaça pela FAO.

Para alcançar o crescimento projetado pela FAO, o consultor Luciano Roppa revela que nenhum setor de carne deverá crescer menos que 2% ao ano, montante, que, segundo ele, tem sido a taxa de crescimento na pecuária brasileira. “Esta será a década da bovinocultura de leite e de corte e nossa responsabilidade é trazer o que tem no mundo de tecnologia para ser adaptado pelo produtor”, disse Roppa no evento de apresentação da etapa em Goiânia do Circuito Feicorte NFT 2012, realizado dias 18 e 19 de abril.

Um dos palestrantes do evento, Roppa destacou que a produção de carnes mundial vive um momento “muito interessante” influenciado especialmente pelo aumento populacional, êxodo rural e aumento de renda. Ele lembra que nascem 180 mil pessoas por dia, sendo grande parte na Ásia e na África. O consultor informa ser esperado que um bilhão a mais de pessoas esteja morando em cidades nos próximos anos. “É um impacto importante porque quando está no campo ainda se produz algo.”

Nos países desenvolvidos o consumo médio de carne (ave, suíno e bovino) por habitante é de 80 quilos ao ano e nos países em desenvolvimento, 32 quilos. A média mundial de consumo da proteína é de 40 quilos por habitante ao ano e, segundo o consultor, a perspectiva é crescer 20% na próxima década, chegando a 48 quilos por habitante. Ele avalia que grande parte desse crescimento será na Ásia e na África. “Vai aumentar a população, mas principalmente vai aumentar o poder aquisitivo e vai ter mais classe média consumidora nos países asiáticos, que vão crescer em quantidade e também em poder aquisitivo.” O analista destaca que mesmo com as crises financeiras a grande maioria dos países da Ásia cresce mais que 7% ao ano. Além disso, aponta haver hoje 1,8 bilhão de pessoas na classe média e diz ser esperado que em dez anos esse número passe para 3,2 milhões.

Mesmo com a maior produção esperada, o preço não deve cair para o consumidor. Roppa explica que enquanto em outras áreas se tem, por exemplo, um computador, que antigamente custava caro e com o passar dos anos foi ficando extremamente barato, com as carnes é exatamente o oposto. “As carnes eram mais baratas no passado, estão mais caras hoje e serão mais daqui a dez anos.” Segundo ele, o aumento do preço da carne é mundial, influenciado pela elevação do custo da produção. O consultor informa que a perspectiva da FAO para os próximos dez anos é de um aumento de preço de todas as carnes. Roppa pontua que o preço internacional ao produtor também é crescente, mas os custos acompanham porque parte do milho e da soja está sendo destinada à produção de biocombustíveis. “Temos que buscar matérias-primas alternativas ao milho e a soja para baratear o custo da alimentação e com isso aumentar a nossa margem porque o preço do nosso produto está subindo.”

De acordo com o consultor, como a cultura no Brasil é produzir alimentação para suínos, bovinos e aves baseada num binômio milho e soja, os produtores brasileiros foram seriamente afetados com o aumento de custo desses grãos, assim como os Estados Unidos, que também os utilizam, em especial a partir de 2008. Conforme ele, o que tem que se discutir é alternativas alimentares a esses produtos. “Porque temos dezenas de subprodutos, triguilho, triticale, cana, polpa cítrica, cevada, enfim, milhares de alternativas que vamos ter que aprender a usar. Era muito fácil sentar e comprar milho e soja”, argumenta.

O consultor destaca que Goiás é um estado produtor de matérias-primas alternativas, assim como Mato Grosso e diz que os dois apresentam boas condições para crescer. “Em Goiás se tem tradição de produção, clima adequado, matérias-primas alternativas, a base para a produção, coisas que algumas regiões começam a ter dificuldade ou não têm”, avalia.

Pressão para reduzir a idade de abate dos bois
O consultor Luciano Roppa explica que atualmente a idade média de abate é de 3 anos e meio e que é necessário reduzi-la para 2 anos. “Existe uma pressão mundial para redução de metano, CO² (dióxido de carbono) e com todos esses problemas de sustentabilidade é preciso reduzir a idade de abate”, argumenta. Uns dos caminhos seria o confinamento, segundo ele. Hoje, dos 205 milhões de cabeças de gado no Brasil, ele diz que apenas 3,5 milhões delas são confinados. Em Goiás, de acordo com o presidente da Federação da Agricultura e Pecuária de Goiás (Faeg), José Mario Schreiner, 40% do rebanho de corte são confinados, o equivalente a quase um milhão de cabeças.

Roppa pontua que 65% do custo de confinamento são com a compra do animal, 25% alimentação e 10% mão de obra, impostos, fretes e sanidade. Ele diz ser possível reduzir de 5% a 8% o custo com a alimentação se for adotada a nutrição de precisão. “Isso vai ser lucro, vai sobrar para o produtor.”

O consultor informa que a nutrição de precisão é a agricultura de precisão adaptada ao sistema do confinamento e afirma que o Brasil ainda precisa evoluir nesse item. Segundo Roppa, um exemplo clássico é quando ao definir uma fórmula o produtor sabe que o animal pode consumir 16% de proteína, mas a faz com 17% por causa do desperdício, ou por outro motivo. “Sempre joga um pouquinho a mais, e na verdade a nutrição de precisão é fazer exatamente a quantidade certa para aquele lote de animais, no momento certo e na hora certa, com isso se reduz muito o custo de alimentação.”

Para Roppa, hoje o mercado, no geral, compra carne sem fazer a diferenciação entre a que vem de criação a pasto ou de confinamento. Mas ele ressalta que as grandes empresas já começam a diferenciar os produtos e a criar marcas, como a da carne angus, por exemplo. “O importante é que quando se diminui a idade do animal a carne fica mais macia.” Roppa ilustra que um animal de três anos terá a carne normalmente mais dura do que um de dois anos. “Por este ser mais jovem, andou menos e a musculatura é mais macia.” O consultor acrescenta que na área de genética também se busca alcançar carne de melhor textura, composição de gordura e qualidade. Schreiner, da Faeg, avalia que a agropecuária pode ser o setor que mais absorve tecnologia. Na pecuária o presidente aponta que um boi antes abatido aos 5 anos hoje pode estar pronto para abate, com a mesma produtividade, em um ano e meio. Roppa pondera que uma etapa a ser vencida no setor é mostrar, por exemplo, que a carne foi produzida com um animal de 2 anos, é mais macia, e assim poder cobrar um valor a mais por esse prêmio.

Bonificação por qualidade varia entre 4% e 6%

De olho no mercado gourmet nobre, o Grupo Marfrig mantém desde 2008 um programa de fomento para produtores da raça angus, que é reconhecida pela qualidade de sua carne. Os produtores parceiros recebem capital em forma de adiantamento financeiro da indústria para custear a introdução de tecnologia reprodutiva no rebanho, que chega por meio de inseminação artificial em matrizes zebu de sêmen de touro angus, preferencialmente com a técnica por tempo fixo (IATF). O gerente nacional de fomento e coordenador do Programa Fomento Angus Marfrig, Luciano Andrade, explica que depois que o bezerro nasce o Marfrig acompanha todo o processo e oferece a possibilidade para o pecuarista comercializar o animal em diferentes categorias – bezerro, novilha e animais terminados. Ele revela haver um procedimento definido para ser seguido nos confinamentos do grupo para garantir peso e gordura desejáveis nos animais que o frigorífico compra antes de estarem na categoria terminada. “Tudo isso para que se consiga atingir uma carcaça que será certificada e que chegará ao consumidor com garantia de qualidade superior ao que se encontra no mercado”, aponta.

Quando o Programa Fomento Angus Marfrig surgiu a expectativa era ter entre 5 mil e 8 mil vacas em contrato no primeiro ano, e alcançaram 20 mil matrizes. Em 2009 aumentou para 40 mil, em 2010 para 80 mil e no quarto ano, correspondente ao ciclo 2011-12, o Marfrig espera fechar a estação de inseminação com mais cem mil matrizes. O contrato é renovado a cada estação de monta. O índice de renovação contratual está acima de 90%, chegando a 100% em Goiás, Estado onde a parceria nasceu a partir do município de Mineiros. Segundo Andrade, 65% de todas as matrizes em contrato atualmente são de Goiás. O produtor participante recebe até 6% a mais pela carcaça como premiação. A empresa ainda oferece bonificações por meio de outros programas, como o do nelore natural, por meio do qual pagam até 4% a mais pela carcaça que atende as expectativas de peso e de acabamento de gordura, por exemplo.

Circuitos Feicorte

Goiânia recebeu a terceira etapa do Circuito Feicorte NFT 2012 nos dias 18 e 19 de abril. Antes de chegar à capital goiana, o evento, que reúne uma programação de palestras integrada a uma feira de negócios, havia sido realizado em Cuiabá (MT) e Salvador (BA). Somadas as três etapas, foram cerca de 3 mil participantes que representam 15 milhões de cabeças de gado segundo a organização.

Realizado pela Feicorte em parceria com a NFT Alliance (aliança de marketing cooperativado do agronegócio) os circuitos regionais ocorreram neste ano pela primeira vez. Em Goiás a etapa teve o apoio da Federação da Agricultura e Pecuária de Goiás (Faeg) e da Secretaria de Agricultura, Pecuária e Irrigação do Estado de Goiás (Seagro). O próximo circuito será realizado em Campo Grande (MS) nos dias 22 e 23 de maio. As atividades se encerram em São Paulo, na Feicorte, de 11 a 15 de junho.

Fonte: http://www.revistasafra.com.br/

Quase 50% do mercado de sementes forrageiras no Brasil é ilegal

Estimativa da Abrasem calcula que mais de 30% da safra 2011/2012 da soja foi de sementes sem certificação

A pirataria no Brasil não é um problema que atinge apenas a indústria fonográfica, vestuário ou de acessórios. Empresas que desenvolvem sementes e até os produtores que fazem uso delas perdem (e muito) com a pirataria no campo. Levantamento da Associação Brasileira de Sementes e Mudas (Abrasem) mostrou que, na safra 2011/2012 de soja, cerca de 67% das sementes usadas eram certificadas.

Depois da soja e do milho, as forrageiras têm o maior mercado legal de sementes do país, movimentando mais de R$ 1 bilhão por ano. Mas esse número poderia ser maior. Segundo a Associação para o Fomento à Pesquisa de Melhoramento de Forrageiras (Unipasto), entre 40% a 50% do mercado do setor é abastecido com sementes ilegais.

“Quando uma pessoa compra sementes não certificadas, ele corre o risco de levar para a sua lavoura sementes com ervas daninhas e outras pragas. O barato sai caro”, afirma o diretor-executivo da Unipasto, Marcos Roveri José.

Com as piratas, a quantidade de sementes usadas por hectare tende a ser maior, além do aumento do consumo de herbicidas para minimizar os efeitos das pragas nas lavouras.

“Consequentemente, uma semente dessa se torna caríssima porque não tem controle de qualidade. O prejuízo é incalculável para o produtor. Você não consegue acabar com as plantas daninhas depois que plantou, pode apenas minimizar”, explica o diretor comercial da empresa Sementes Oeste Paulista (Soesp), Itamar Oliveira Júnior.

Ruim o para o produtor, pior para o país. Segundo presidente da Abrasem, Narciso Barison, “o prejuízo é multiplicado no momento em que pode introduzir doenças no país ou na lavoura que são controladas pelas sementes certificadas”.

A pirataria de sementes também agrega perdas aos pesquisadores e empresas envolvidas no desenvolvimento da tecnologia. A Soesp calcula que a venda de sementes forrageiras ilegais no país movimente cerca de R$ 350 milhões por ano. “O prejuízo é imensurável e afeta toda a cadeia. Ela [a pirataria] larga de remunerar tanto o pesquisador que desenvolveu a tecnologia como a Embrapa, que recebe royalties, e as empresas que investiram no desenvolvimento da tecnologia”, destaca Oliveira Júnior.

Uma pesquisa realizada pela Célere Consultoria mostrou que a introdução da biotecnologia agrícola no Brasil, em 1996/1997, até a safra 2010/20111, agregou benefícios econômicos no valor de R$ 11,9 bilhões aos produtores e empresas envolvidas no desenvolvimento das tecnologias. Do volume total do benefício, 44% foram garantidos pelo aumento da produtividade.

Fonte: http://revistagloborural.globo.com/

Carne de qualidade

Pesquisas apontam maior preocupação dos compradores em relação à segurança, textura, sabor e maciez da carne

O fortalecimento da economia brasileira nos últimos anos vai exigir do setor pecuário investimentos ainda maiores para atender a demanda por carne e leite de qualidade. Uma exigência que certamente crescerá no mesmo ritmo da classe média brasileira e da população mundial. Chegamos a sete bilhões de pessoas no mundo, a expectativa de vida do brasileiro subiu para 73,5 anos e as classes A, B e C no Brasil dobraram nos últimos cinco anos, ou seja, mais gente com poder de compra. E, com mais dinheiro no bolso, o consumidor passa a basear suas compras em qualidade, não se importando em pagar um pouco mais por um produto de excelência.

Já provamos que somos imbatíveis na produção de carne e leite a baixo custo e conseguiremos atender a demanda por alimentos estimada para as próximas décadas. Porém, temos o desafio de produzir com alta qualidade não apenas os produtos destinados ao mercado externo, que corresponde a somente 20% da produção de carne, mas também para o mercado interno, considerado por especialistas o grande foco para 2012.

Toda a cadeia produtiva precisa atuar pensando no consumidor. Apesar de ser considerado como pouco exigente e escolher pelo preço, pesquisas recentes mostram uma preocupação maior dos compradores em relação à segurança alimentar, textura, sabor e maciez da carne. Um consumidor insatisfeito pode optar pela compra de outro tipo de carne, como suína ou de frango.

A falta de um efetivo sistema de classificação de carcaças é um dos gargalos verificados na produção de carne de maior qualidade e melhores preços. Temos uma Classificação de Carcaça, publicada na Instrução Normativa 9 pelo então ministro da Agricultura, Pecuária e Abastecimento Roberto Rodrigues, que ficou apenas no papel. Os critérios de avaliação para remuneração se restringem às características de gênero (macho/fêmea), peso, conformação de carcaça e cobertura de gordura.

Os frigoríficos alegam que é preciso avançar muito para colocá-la em prática. Hoje, o preço pago ao produtor pelo mercado é diferenciado apenas pelo sexo, macho ou fêmea. Não há incentivo para a produção de animais precoces, melhor acabados, entre outras características. Hoje, existem no Brasil poucos pontos de venda de carnes que levam um selo de qualidade.

A classificação de carcaça é extremamente importante para atingirmos maior padronização da carne, valorizarmos quem produz animais de melhor qualidade e atendermos às exigências do consumidor. Mas, a cadeia produtiva não deve esperar a cobrança do consumidor para somente depois aplicar efetivamente a classificação de carcaça. Precisamos ser proativos, antecipando-nos às exigências do mercado, investir em marketing e em campanhas educativas capazes de auxiliar a população a diferenciar, na hora da compra, o tipo de carne que realmente deseja.

*Eduardo Biagi é presidente Associação Brasileira dos Criadores de Zebu (ABCZ).

Fonte: http://www.agrolink.com.br/

Reunião trata da conscientização e prevenção nas queimadas

Estamos entrando em uma época comum das queimadas na região serrana de SC, só o ano passado foram registrados 1.500 incêndios em áreas rurais na região, esses dados foram citados em uma reunião na quarta-feira (20/06) nas dependências da Sede da Associação dos Sindicatos Filiados (FIESC) e promovida pelas principais instituições como órgãos ambientais, bombeiros, sindicatos, associações e polícia ambiental, todas preocupadas com falta de conscientização dos pequenos e médios ruralistas.

O gerente regional da Fatma, Willy Brun Filho reforçou que a conscientização ainda é o melhor caminho, “em 2010 a Fatma recebeu 150 pedidos de produtores rurais da região serrana para realizar a queima legal. No ano passado este número subiu para quase 500, e isso tudo devido à campanha realizada em parceria com o Sindicato Rural”. O presidente do Sindicato Rural, Márcio Pamplona, explica que essa prática é muito necessária, destinada principalmente à limpeza do terreno para o cultivo de plantações ou para a formação de pastagens, “a queima de campo pode ser autorizada pela Fatma, desde que, feita dentro das regras e com todos os cuidados”.

Orientação Na reunião ficou decidido que a campanha será ampliada e reforçada, além das mídias será elaborada em comum acordo das entidades uma cartilha de prevenção e orientação. Serão ministrados pelo Corpo de Bombeiro alguns cursos nas empresas com equipamentos especializados para ter uma queimada controlada.

O secretário executivo da Câmara de Desenvolvimento Industrial e Florestal da Fiesc, Ulisses Rogério de Andrade, comprometeu-se em fazer uma proposta a Fiesc para conseguir fundos e ampliar a campanha na região do planalto serrano. “Nossa reunião hoje atingiu o seu objetivo, sendo fundamental o envolvimento de todas as entidades ligadas às queimadas. Chegamos a um acordo, precisamos atingir o pequeno e o médio ruralista, para que esses tenham conscientização e possam fazer a prevenção em futuras queimadas, controladas e fiscalizadas, não afetando outras propriedades e principalmente o meio ambiente”, finaliza.

(por Cris Menegon)

Fonte: http://www.lagesrural.com.br/

Expolages 2012 começa a dar sinal de vida

Prevista para acontecer entre 16 e 21 de outubro, a equipe comercial da ACIL vai dar início em breve, a comercialização de estandes para a Expolages 2012.

O evento, acontece em parceria com o Sindicato Rural de Lages e Sinduscon. Como tradicionalmente acontece, caberá à ACIL organizar e comercializar os espaços no pavilhão da Indústria, Comércio e Serviços (exceto setor da construção civil, a cargo do Sinduscon).

Os estandes terão preços diferenciados, de acordo com seu tamanho e localização. O maior espaço custará R$ 1.250,00.

O estande intermediário custará R$ 1.000,00. E o menor estande será disponibilizado por R$ 800,00. Empresas não associadas também poderão adquirir estandes.

Fonte: http://paulochagas.net/