Cultivares de soja da Embrapa destacam-se em ranking de produtividade

Diversas cultivares BRS tiveram ótima colocação no ranking de produtividade realizado pela Coopavel no Show Rural em 2017. Os maiores destaques foram para as cultivares de soja BRS 1003IPROBRS 1007IPRO. A Edição 415, de maio de 2017, da Revista Coopavel publicou o resultado da produtividade das cultivares das empresas expositoras no evento, realizado em Cascavel, PR. A cada ano, após a realização do Show Rural, as cultivares têm suas produtividades analisadas.

As cultivares de soja BRS 1003IPRO e BRS 1007IPRO apresentaram produtividades de 6.181 e 6.038 Kg/ha, respectivamente, para plantio em primeira época. Além destas, a cultivar BRS 413RR foi classificada em segundo lugar no ranking de produtividade de segunda safra, entre as 23 cultivares analisadas no evento.

Destaque no RS – Outra cultivar de soja da Embrapa, a BRS 7380RR, teve uma ótima eficiência produtiva no Rio Grande do Sul, comprovada em ranking realizado pela Prover Informação Produtiva, empresa que realizou o levantamento nas regiões de Alegrete, Jaguarizinho, São Gabriel e Vila Nova do Sul.

Mesmo recomendada para produção no Cerrado brasileiro, a cultivar destacou-se nos ensaios de produtividade realizados pela empresa, tendo atingido a média de 62 sacas/ha. Para Rafael Vivian, gerente adjunto de mercado da Embrapa Produtos e Mercado, este resultado é muito importante, pois mostra a alta qualidade genética das cultivares BRS, bem como a capacidade de adaptação às diversas regiões, mantendo sempre a estabilidade produtiva.

Acesse aqui a Revista Coopavel.

 

Fonte: Embrapa. Disponível em: <https://www.embrapa.br/noticias-rss/-/asset_publisher/HA73uEmvroGS/content/id/25173575> Acessado em agosto de 2017.

O pinhão na culinária

“Um compêndio com 100 receitas de pinhão, doces e salgadas, testadas e avaliadas quanto ao seu valor calórico e aceitabilidade”. Eis um bom resumo do conteúdo do livro O pinhão na culinária, publicação da Embrapa que acaba de ganhar sua terceira impressão. Lançada originalmente em 2013, a obra foi uma das finalistas do Gourmand World Cookbook Awards 2015, considerado o Oscar da literatura gastronômica mundial. A nova impressão foi feita para atender à demanda pela publicação.

Editado pela Embrapa Florestas (PR), e publicado pela Embrapa Informação Tecnológica, o livro é o resultado de um trabalho que envolveu ciência e prática culinária, incluindo a preparação e o teste de cada uma das receitas. A publicação tem como autoras as pesquisadoras da Embrapa Rossana Catie Bueno de Godoy e Cristiane Helm, as nutricionistas Maria de Fátima de Oliveira Negre e Geisa Liandra de Andrade de Siqueira, da Escola Estadual Júlia Wanderley, de Curitiba (PR), e a técnica em nutrição e dietética Lídia Maria Mendes, da mesma instituição de ensino. A diagramação da obra contou com a parceria do Centro Universitário UniBrasil.

Iguaria tipicamente brasileira, o pinhão é a semente da pinha, ou seja, o fruto da araucária (Auracaria angustifólia), espécie arbórea conhecida entre outros nomes, como pinheiro-do-paraná, pinha, pinheiro-brasileiro ou ainda por suas denominações indígenas curil, curi ou curiúva. Essa espécie vegetal é encontrada na América do Sul, com ocorrência na Argentina, Paraguai e no Brasil a partir da região Sudeste onde é encontrado entre os meses de março a agosto.

Além de dicas culinárias, o livro traz informações sobre o valor nutricional do pinhão. As 100 receitas, separadas entre doces e salgadas, são apresentadas com fotos dos pratos finalizados, a indicação dos ingredientes, modo e tempo de preparo, rendimento e calorias por porção.

 

Fonte: Embrapa. Disponível em: <https://www.embrapa.br/informacao-tecnologica/busca-de-noticias/-/noticia/25140008/o-pinhao-na-culinaria-livro-de-receitas-ganha-nova-impressao> Acessado em julho de 2017.

Publicação estimula o plantio de araucárias

“A araucária é uma espécie única, e cada vez mais descobrimos coisas novas sobre ela. Precisamos valorizá-la, pois está esquecida e essa é a ideia do livro: novos conhecimentos para a araucária voltar a participar do cenário econômico, de forma sustentável”. Com esta afirmação, o pesquisador Ivar Wendling, da Embrapa Florestas, resume o objetivo do livro “Araucária: particularidades, propagação e manejo de plantios”, do qual é editor técnico junto com o Professor Flávio Zanette, da Universidade Federal do Paraná. O livro foi lançado no 24/06, Dia Nacional da Araucária, em evento no Auditório do Mercado Municipal de Curitiba.

“A araucária não é peça de museu: tem que ser usada para viver”, corrobora Prof. Zanette. A proposta dos editores técnicos é a conservação da araucária mediante seu uso. Protegida por Lei por estar ameaçada de extinção, existe pouco interesse em seu plantio ou mesmo no manejo das plantas que já existem, uma vez que é muito burocrático o seu uso com fins econômicos. O raciocínio é simples: que produtores rurais e demais interessados sintam-se estimulados a cada vez mais plantar araucária e possam manejá-la, de acordo com critérios técnicos e dentro do permitido pela legislação, que hoje é bastante restritiva.

“Os legisladores precisam entender que a araucária é um bem econômico, social e ambiental do Brasil”, afirma Zanette. Trabalhando há 32 anos com a espécie, o professor explica que o lançamento do livro representa um marco de apresentação à sociedade de técnicas testadas e efetivas para uso sustentável da araucária.

“A equação do pinhão não fecha”, exemplifica Wendling. “É um alimento cada vez mais demandado, com alto potencial para a saúde. Mas as árvores existentes estão ficando velhas e, com isso, produzem cada vez menos pinhão”, alerta. Já houve, inclusive, interesse para exportação, mas não há produção suficiente para esta demanda. A madeira da araucária, também de alta qualidade, poderia ter usos nobres para geração de renda. “Não estamos incentivando o corte das araucárias existentes”, explica Wendling. “Pelo contrário, precisamos preservar o que existe, mas incentivar novos plantios com qualidade técnica”, completa.

Durante o evento de lançamento, autoridades mostraram a importância tanto da espécie quanto das ações conjuntas. O Chefe Geral em exercício da Embrapa Florestas, Sergio Gaiad, ressaltou a importância da união de esforços e instituições em prol da espécie: “isolados fazemos muito pouco, mas precisamos dar subsídios para o aprimoramento da Lei”. A vice Reitora da UFPR, Graciela Bolzón de Muniz, utilizou a metáfora da araucária com os braços abertos para ressaltar a acolhida da pesquisa e das parcerias com a espécie. O Secretário Municipal de Abastecimento, Luiz Gusi, falou sobre a importância do Mercado Municipal para a memória gustativa da cidade e sua relação com a araucária, árvore-símbolo de Curitiba, e a articulação entre setores público, privado e ongs para trabalhar em prol da espécie.

O livro aborda particularidades da araucária, tecnologias de propagação, como a produção de mudas de qualidade, tanto por sementes quanto por enxertia ou estaquia, a formação de pomares de araucárias de pinhão precoce e critérios de manejo de plantios de araucária, com considerações sobre suas aplicações, vantagens e desvantagens, visando contribuir ao desenvolvimento de uma silvicultura sustentável.
A publicação é voltada a técnicos, extensionistas, produtores rurais e estudantes que trabalham com a árvore-símbolo do Paraná, além de autoridades que tratam do assunto. Financiada com recursos do CNPq, a obra tem tiragem impressa limitada, porém, está disponibilizada online clicando aqui.

 

Fonte: Embrapa. Disponível em: <https://www.embrapa.br/busca-de-noticias/-/noticia/24877680/publicacao-estimula-o-plantio-de-araucarias>  Acessado em Julho de 2017

Dietas atrativas estimulam leitão recém desmamado

Na criação comercial de suínos é comum nos depararmos com baixo consumo de ração na fase pós-desmame, o que compromete a produção de enzimas digestivas e aumenta a incidência de desordens intestinais e diarreias. Para estimular o consumo de alimentos, e manter a integridade da mucosa intestinal, é essencial a adoção de dietas complexas, as quais incluem alimentos de alta palatabilidade e digestibilidade, como lácteos, plasma sanguíneo, farinhas de peixe, etc. Sabendo que o ganho de peso dos leitões na fase de creche está relacionado com o ganho de peso na fase de terminação, e que o consumo de ração nesta fase inicial equivale a 15% do consumo total, podemos entender que uma dieta mais cara na fase pós-desmame não significa desperdício de dinheiro, e sim investimento para o futuro.

Fatores que afetam a ingestão de alimentos em leitões desmamados

Exposição a patógenos: A exposição dos suínos a patógenos (vírus e bactérias) resulta na liberação de moléculas pró-inflamatórias que ativam o sistema imunológico (sistema de defesa do animal). Esta ativação do sistema imune produz alterações nos processos metabólicos, e resulta na redução no consumo de ração, e, consequentemente queda de desempenho.

Idade ao desmame, creep feeding e mistura de leitegadas: O desmame é o momento em que ocorre estresse de diferentes ordens: nutricional (mudança de dieta líquida para dieta sólida), psicológica (mistura entre animais de diferentes ninhadas e separação da mãe) e ambiental (baias com menor controle de temperatura, umidade, etc.). Como consequência, os leitões expressam desempenho menor do que seu potencial genético permitiria expressar.

O manejo estratégico mais comum que ocorre na fase que antecede o desmame é o creep feeding. Esse manejo consiste na oferta de alimentos sólidos de origem animal que apresentam alta digestibilidade, mas também na oferta de ingredientes de origem vegetal, tais como milho e farelo de soja, que estimulam a secreção de ácidos e enzimas no estômago e intestino, e que preparam  o leitão para as fases subsequentes.

Quando se trata de mistura de leitegadas, a resposta deste manejo sobre a ingestão de alimentos ainda é controversa. Algumas pesquisas demonstram uma redução na taxa de crescimento, no consumo de ração e piora na conversão alimentar de leitões expostos a diferentes grupos sociais. No entanto, outros trabalhos mostram que o estresse gerado pela mistura de leitegadas estimula o leitão às disputas de dominância social, e, consequentemente favorece de forma positiva o consumo de ração.

Fatores ambientais: Diante da necessidade de manter a termoneutralidade no período de baixas temperaturas, os animais costumam desenvolver alguns comportamentos inatos de sobrevivência, e se agrupam para reduzir a perda de calor e evitar a hipotermia. Grande parte da energia fornecida via dieta, nessa fase, é usada para manter constante a temperatura corporal, no entanto, quando o consumo de alimentos é baixo essa energia usada para sobrevivência e ganho de peso pode ser insuficiente para atender a demanda do animal. Em contrapartida, altas temperaturas raramente afetam o desempenho de leitões jovens.

Atratividade das dietas

O suíno apresenta dois diferentes comportamentos em relação ao consumo dos alimentos: a preferência inata que é adquirida antes do nascimento através da transmissão de sinais químicos da dieta materna para leitegada por meio do líquido amniótico e um comportamento adquirido que evolui para uma aceitação. Os suínos são capazes de identificar alimentos seguros e nutritivos não somente pela percepção gustativa, mas pela associação das sensações visuais e olfativas. Esta denominação é denominada de percepção alimentar. O olfato representa um dos mais acurados sentidos do suíno, interagindo fortemente  com a gustação, estima-se que os suínos tenham cerca de 1000 genes relacionados à percepção do olfato.

De forma geral, a preferência alimentar dos leitões costuma variar de acordo com a natureza dos macroingredientes da dieta. Alguns ingredientes colocados em menor quantidade nas formulações também podem desempenhar um papel importante na preferência alimentar. Fatores antinutricionais presentes nos produtos de origem vegetal, tais como, lecitina, tanino, inibidores de tripsina e quimotripsina, dentre outros, podem comprometer a palatabilidade da ração final por apresentarem sabor amargo, o qual os suínos apresentam aversão. Neste sentido, a forma de processamento e o tratamento térmico, feitos de forma correta, podem reduzir consideravelmente a atividade da maioria destes compostos indesejáveis.

Quanto aos palatabilizantes artificiais, os resultados de pesquisa ainda são inconsistentes e controversos, uma vez que a replicação dos experimentos nem sempre promovem resultados semelhantes. A adição de edulcorantes em dietas de leitões desmamados já demostrou bons resultados no que tange aumento no consumo diário. O açúcar, o melaço e o glutamato monossódico, quando adicionados às dietas de leitões desmamados também melhoram a palatabilidade e, consequentemente, a ingestão de alimento, enquanto alguns palatabilizantes artificiais produzem sabor “metálico” que geralmente resulta em “fadiga” de sabor em leitões jovens.

A forma física da dieta também influencia no desempenho dos leitões, especialmente naqueles desmamados precocemente. Um grande número de trabalhos evidencia que rações peletizadas proporcionaram melhores resultados de desempenho, principalmente nos primeiros dias pós-desmame. Assim como, as gorduras e os óleos desempenham um papel importante na preferência alimentar relacionada à percepção do gosto pelo leitão. Ácidos orgânicos, isolados ou combinados, também tem demostrado bons resultados na elevação do consumo. Produtos de origem animal, tais como plasma sanguíneo, farinha de sangue, farinha de carne e vísceras, que apresentam baixa palatabilidade para humanos, se mantidos dentro do controle de qualidade podem ser muito bem aceitos por leitões jovens.

Em suma, um dos grandes desafios dos nutricionistas de suínos é entender em profundidade os eventos fisiológicos e biológicos que ocorrem com o leitão no período pós desmame, e não somente encontrar soluções de dietas de alto valor nutricional, mas também de alto consumo. Dietas de alto valor nutricional, mas de baixa atratividade, não são consumidas em quantidades suficientes pelos leitões, e, consequentemente, podem limitar o ganho de peso diário dos animais.

 

Fonte: Embrapa. Disponível: <http://www.cidasc.sc.gov.br/blog/2017/08/05/dietas-atrativas-estimulam-leitao-recem-desmamado/> Acessado em Julho de 2017

Manejo no inverno deve se concentrar na dieta

Manejo, como todo produtor sabe, é parte essencial para que a produção dê bons lucros e não dor de cabeça. Para isso, é importante que o pecuarista siga alguns passos para que, durante todo o ano, seu rebanho seja saudável e obtenha os resultados esperados, seja na produção de leite ou carne. Porém, para muitos, o inverno pode ser um empecilho para este bom rendimento. A falta de planejamento e bom manejo fazem com que a estação mais fria do ano seja muito mais difícil para o pecuarista.

Quando se fala em manejo no inverno para bovinos, o que vem à mente é a dieta dos animais, que pode ser afetada pela falta de alimentos. A primeira questão em que o produtor deve pensar é em definir quais são os objetivos dele com a produção, além de respeitar as características da propriedade e os recursos que ele tem disponíveis. “Depois que tiver tudo isso bem definido, é preciso planejar o sistema de produção para atingir esse objetivo”, orienta o professor doutor da Universidade Estadual Oeste do Paraná – Unioeste, zootecnista Eriton Valente. Ele esclarece que os detalhes específicos devem ser definidos em função dos objetivos e recursos disponíveis pelo produtor.

Valente destaca que, quando o produtor pensa em fazer um bom manejo durante o inverno, é preciso que ele saiba as diferenças que existem entre a atividade no inverno e no verão. Isso porque as pastagens que estarão disponíveis para o rebanho durante as estações serão diferentes, já que cada uma conta com características distintas. “Os fatores climáticos que mais influenciam na produção de alimentos são a água, temperatura e a luminosidade”, conta o professor. Estas características, segundo ele, são diferentes no verão e inverno, sendo que algumas vão se acentuar bastante quando é pensada em produção animal. “Estes são fatores que vão afetar o crescimento da planta durante o inverno, que estarão reduzidas nesta estação do ano, então a planta vai crescer em uma velocidade menor”, destaca.

Valente afirma que estas características são bastante visíveis quando são pensadas nas plantas tropicais, que são as mais produzidas no verão. “Elas têm uma produção muito grande durante o verão, mas quando chega o inverno há uma velocidade de crescimento muito reduzida”, afirma. Ele acrescenta que normalmente essa redução no crescimento torna-se um fator limitante para a produção de alimentos dos ruminantes, isso porque não é possível manter o mesmo sistema nas mesmas condições de produção no verão e no inverno “porque os resultados vão ser distintos”, completa.

O professor explica que quando chega o inverno é preciso que o produtor utilize algumas estratégias para compensar essa redução da produção de alimentos. “E é aí que entra o planejamento, que é um dos maiores limitantes dentro da produção de bovinos, seja de leite ou corte”, diz. Valente explica que a estratégia que vai ser adotada durante o inverno já tem que ser definida durante o verão. “O planejamento já tem que ser definido antes. Isso para a fazenda não sofrer dificuldades durante o inverno para suprimento de alimentos, para compensar essa redução de crescimento (das plantas) no inverno. Ele tem que ter uma reserva ou alguma maneira diferente de produzir alimento no inverno”, conta.

O professor destaca algumas alternativas que podem ser utilizadas pelo produtor para a produção de alimentos no inverno, para compensar a queda do crescimento de plantas tropicais. “Podemos utilizar outras espécies de gramíneas ou mesmo leguminosas que têm um desenvolvimento bom durante este período do inverno”, comenta. Valente explica que as pastagens tropicais têm uma passagem de crescimento bastante reduzida durante o inverno, mas outras plantas podem ter um crescimento acelerado, e, dessa forma, ser utilizadas de forma estratégica.

Outra estratégia citada pelo professor é o produtor adotar o sistema de criação de animais confinados ou misto, onde o animal tem parte da dieta no pasto e parte no cocho. “Dessa forma o produtor deve ter toda a preparação do alimento conservado durante o verão, como por exemplo, silagem de milho, feno, entre outros tipos de silagem”, diz. O produtor ainda pode, de acordo com Valente, utilizar outras espécies, como gramíneas e aveia no inverno. “Elas podem ser cultivadas com estratégias diferentes ou em áreas que já são de pastagem”, sugere. Valente ainda conta que é possível também cultivar algumas áreas exclusivas de gramínea de inverno, que pode ser aveia. “Existem diversas variáveis disponíveis no mercado”, afirma.

O estudioso destaca que é possível definir o correto manejo no inverno buscando estratégias. “Primeiramente é necessário fazer o planejamento, que visa a utilização de estratégias para complementar a dieta, compensando a redução do crescimento da planta no inverno”, diz. Ele reitera ser imprescindível que este planejamento seja feito ainda no verão. “Porque esta é a época que deve acontecer o planejamento, até mesmo para o produtor não ter perdas durante o inverno, seja no peso dos animais ou na produção do leite”, afirma. Porém, o que mais acontece, segundo Valente, é que este planejamento não é feito de forma eficaz nas propriedades.

Outro equívoco comum do produtor, de acordo com o professor, é que durante esta fase em que a planta está crescendo menos, no inverno propriamente dito, às vezes o produtor vai ter dentro da propriedade uma quantidade insuficiente de pasto, e coloca uma quantidade muito grande de animais sobre a pastagem, fazendo assim a colheita excessiva. “Isso também vai reduzir a reserva de plantas para os animais”, afirma. Valente explica que durante o inverno a planta já está em uma situação de crescimento lento e quando passar esta estação a planta vai demorar ainda mais para se recuperar. “Ela vai ter um efeito negativo na primavera, que é também uma fase bastante crítica. Porque, as vezes pesamos tanto na questão do inverno, mas a transição que existe entre ele para o período do verão também é uma situação crítica, muito vezes até mais, porque o produtor que não se planeja bem, as reservas de alimentos acabarão no inverno, o que também é um problema”, comenta. O professor diz que essa transição do inverno para o período mais voraz do crescimento não é tão rápida, sendo que vai levar alguns meses para a planta voltar a ter um crescimento mais acelerado. “Isso também pode causar um prejuízo dentro da produção”, informa.

Valente explica que é interessante fazer um planejamento de reserva alimentar para o período de inverno, ainda mais porque não há como prever se o inverno vai ser mais ou menos rigoroso. “É sempre interessante manter uma reserva, uma margem de erro, porque se o inverno for mais rigoroso, ele já armazenou um pouco a mais de alimento. É favorável a questão do planejamento porque as vezes as condições climáticas em alguns anos são mais desfavoráveis do que em outros para a produção de alimentos”, conta.

Doenças

Muitos produtores associam ainda o inverno ao período em que o rebanho está mais suscetível a doenças. Mas, de acordo com Valente, os maiores problemas na estação mais fria do ano estão relacionados com a dieta. Ele afirma que outros problemas que surgem estão diretamente relacionados a dieta. “Essa questão de doenças, pensando num sistema de produção dentro de uma fazenda, grande parte destes problemas estão relacionados a deficiências nutricionais. A maneira mais eficiente de prevenirmos doenças dentro da propriedade, e também acaba sendo a forma mais barata, é manter a dieta dos animais”, comenta. Para ele, esta é uma das prevenções mais eficientes do ponto de vista produtivo. Isso porque os animais quando estão bem nutridos são menos suscetíveis a doenças. “O animal está malnutrido porque faltou alimento para ele. Dessa forma, animais perdem peso e ainda ficam mais vulneráveis para contrair alguma doença”, afirma. Valente destaca que se no inverno o animal estiver malnutrido, isso vai fazer com que ele fique estressado, fazendo com que o sistema imunológico fique deficitário.

De acordo com o estudioso, se é uma fazenda que ainda tem problemas sanitários, a questão de higiene não está muito boa, mais ainda que o local terá dificuldade com doenças de forma geral. “Quando pensamos em um manejo preventivo, os primeiros pontos a se destacar são a questão nutricional, porque o animal vai ter uma resistência imunológica maior”, conta. Ele acrescenta que obviamente é preciso ter um cuidado especial com a sanidade, já que é preciso fazer o manejo de parasitas e vacinações de rotina. “Do ponto de vista sanitário é basicamente isso, não existe uma muita diferença em relação ao verão, exceto se pensarmos que no inverno normalmente é a fase que os animais estão tendo mais problema de nutrição”, comenta. Ele diz que neste caso, indiretamente, se a fazenda está errando neste manejo, o produtor acaba tendo problemas sanitários em erros que vão se acumulando.

Para Valente, o maior problema é que de forma geral, muitas vezes o produtor não consegue perceber ou identificar alguns problemas na propriedade. “Ele não consegue visualizar os problemas que está tendo. Às vezes, quando o produtor vai fazer o desembolso para comprar algum alimento, consegue visualizar qual foi o custo para adquirir o alimento, mas não consegue ver o prejuízo, porque isso já exige um grau de administração maior, com a ajuda de algum técnico, para saber quando perderia, por exemplo, se ao invés de comprado o alimento tivesse feito a conservação para o período do inverno”, explica. Ou até mesmo o fato dos animais começarem a ficar doentes/debilitados, porque o manejo alimentar não foi adequado, causa prejuízo, às vezes, não vistos. “Essa questão o produtor não consegue visualizar. Às vezes, quando morre um animal ele consegue fazer a conta. Mas, se ele tem, por exemplo, dez animais e cada um está produzindo 10% menos do que poderia, é a mesma coisa como se tivesse perdido um animal”, exemplifica.

De acordo com Valente, em função das modificações de mercado que têm acontecido nos últimos anos, as produções agrícolas têm tornado este mercado mais competitivo. “O mercado tem sido mais exigente, as margens do ano do produtor têm se reduzido. Então, qualquer erro que o produtor faz, por mais que não seja grande, pode ser decisivo. A fazenda vai estar operando com lucro ou com prejuízo”, afirma.

O professor explica que por mais que muitas vezes o proprietário não consiga fazer a conta, ele vai sentindo que vai perdendo grau de investimento na propriedade, que não está conseguindo repor os materiais e as estruturas vão sucateando. “Aí vem a necessidade de aperfeiçoar a questão de manejo, a utilização de novas técnicas para atualizar a propriedade e deixar a atividade sempre rentável e viável”, comenta.

 

Fonte: CIDASC. Disponível em: <http://www.cidasc.sc.gov.br/blog/2017/08/06/manejo-no-inverno-deve-se-concentrar-na-dieta-diz-professor-da-unioeste/> Acessado em Julho de 2017.

Perspectiva de novas exportações de terneiros

O jornalista Paulo Derengoski, sempre atento aos acontecimentos, enviou-me um recorte de jornal com uma notícia interessante para o agronegócio serrano.

A informação dá conta de que pelo menos mais 10 mil bezerros vivos devem ser exportados este ano, a partir de Santa Catarina, exatamente pela razão de ser um Estado livre da vacinação contra a aftosa.

O rebanho catarinense é aceito em países que nunca tiveram ou erradicaram a febre aftosa. Só no ano passado foram vendidos cerca de 4 mil animais à Turquia.

Toda a operação foi realizada com êxito pela empresa Tex Foods, empresa de capital estrangeiro italiano, é comandada em Santa Catarina por Maurício Ceron.

A compra dos animais exportados a partir do Porto de Imbituba foi, em grande parte, feita na Serra Catarinense, e seja como for, este ano a pretensão é reunir os novos lotes para exportação.

O mercado regional serrano está à espera das informações oficiais, referentes à intenção.

 

Fonte: Paulo Chagas. Disponível em: <http://paulochagas.net/?p=54390> Acessado em Março de 2017.

Até 2018, Brasil será 4º maior produtor de suínos

 

País também será quarto maior exportador de carne suína no período, diz CNA.
O Brasil deve permanecer como quarto maior produtor e exportador mundial de carne suína até 2018, com produção anual média de 2,84% e vendas ao exterior de 4,91%. A projeção é da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA).

 
Atualmente, a China é o maior produtor de carne suína do mundo, com participação de 51% no mercado. Em seguida aparecem União Europeia (20%), Estados Unidos (10%) e Brasil (3%). Em relação às exportações, o s Estados Unidos estão em primeiro lugar (32%), seguidos por UE (31%), Canadá (18%) e Brasil (8%).
Para a safra 2014/2015, a CNA calcula que o país produzirá 37 milhões de cabeças de suínos.

 

– Os principais estados responsáveis por grande parte da produção suína brasileira são Santa Catarina, Rio Grande do Sul, Paraná e Minas Gerais – afirma a consultora em Defesa Sanitária da CNA, Tania Lyra.

 

 

Fonte: Canal Rural Disponível em: <http://www.canalrural.com.br/noticias/suino/ate-2018-brasil-sera-maior-produtor-suinos-57850> Acessado em Fevereiro de 2017

Santa Catarina destaca-se pelo serviço de classificação de produtos de origem vegetal

A Companhia Integrada de Desenvolvimento Agrícola de Santa Catarina – Cidasc, empresa pública vinculada à Secretaria de Estado da Agricultura e da Pesca, executa, entre outras funções, os serviços de classificação de produtos vegetais, seus subprodutos e resíduos de valor econômico, com a finalidade de auxiliar as atividades de comercialização, estabelecendo parâmetros de qualidade mediante normas oficiais de padronização dos produtos vegetais, e, a elevação do padrão de qualidade dos produtos vegetais catarinenses com vistas à segurança dos alimentos ofertados aos consumidores.

Neste ano de 2016, o serviço de classificação apresentou conquistas significativas e que representam mais garantias de qualidade aos catarinenses. Por meio do Programa de Classificação Vegetal, por exemplo, a Cidasc prestou serviço para aproximadamente 600 produtores rurais, agroindústrias de processamento de alimentos, importadores e exportadores; contribuindo para o comércio de produtos de acordo com os padrões técnicos de identidade e qualidade. No total foram classificados 622 mil toneladas de produtos e subprodutos de origem vegetal. Ainda, foram capacitados mais de 500 beneficiários, em 18 treinamentos realizados. As capacitações envolvem o setor produtivo, agroindustrial, comercial e instituições de ensino, nos mais variados temas, desde produção vegetal, classificação, rotulagem, embalagem, pós colheita e armazenagem de alimentos.

Foi também neste ano que o Selo de Conformidade Cidasc – SCC foi desenvolvido pela equipe técnica responsável pela classificação de produtos de origem vegetal da Cidasc. O Programa presta suporte aos setores da agroindústria que se dedicam à produção, processamento e comercialização de produtos vegetais, visando à oferta de alimentos mais seguros aos consumidores e fortalecendo as marcas catarinenses.

O programa encontra-se em desenvolvimento em 22 empresas distribuídas por todo o estado, com o objetivo de atingir principalmente os empreendimentos rurais familiares, e entregou o primeiro Selo de Conformidade Cidasc para a empresa cerealista Moinho Jaraguá, do município de Jaraguá do Sul. Para conquistar o SCC a empresa passou por um processo de adequação que durou mais de um ano. “Desde a primeira visita dos técnicos da Cidasc, para apresentar o Programa, nós do Moinho Jaraguá acreditamos na iniciativa e abrimos as portas para recebermos as auditorias e outros processos que nos ajudaram a comprovar a qualidade e a levar saúde às pessoas, através de alimentos seguros”, ressaltou o proprietário da empresa, Sandro Wille.

Outras empresas buscam o SCC

Segundo a Gestora Estadual da Divisão de Classificação Vegetal da Cidasc, Valdirene Régia Bizolo Sommer, 22 empresas estão em processo de certificação em todo o Estado. No total, são realizadas entre 12 e 20 consultorias mensais para a conclusão do processo, dependendo do perfil da empresa e do número de adequações necessárias para atender às demandas do Selo.

“A função principal é dar garantia da segurança dos alimentos em todo o processo. Assim o empreendedor pode trabalhar sua marca com segurança, agregando valor de mercado”, destaca Valdirene. A maioria das empresas atua nos segmentos de climatização, cerealista ou de conservas. “É importante ressaltar que este selo precisa ser renovado a cada seis meses por meio da realização de uma nova auditoria, o que torna o processo mais seguro e eficaz”, explica a Gestora da Cidasc.

Estão previstas para o início de 2017 a entrega do SCC para mais duas empresas catarinenses.

 

Fonte: CIDASC. Disponível em: <http://www.cidasc.sc.gov.br/blog/2017/01/02/santa-catarina-destaca-se-pelo-servico-de-classificacao-de-produtos-de-origem-vegetal/> Acessado em Janeiro de 2017

Valor Bruto da Produção agropecuária de SC cresce 16,2% em 2016

Enquanto outros setores da economia sofrem com a crise, a agropecuária catarinense obteve um desempenho surpreendente em 2016. Neste ano, o Valor Bruto de Produção (VBP) é estimado em R$28,8 bilhões, crescimento nominal de 16,2% em relação a 2015, e de 3,5% ao descontar a inflação do período. Em 2015, os preços ao produtor haviam aumentado 2,8% ante 2014, com uma inflação de quase 7%.

O cenário nacional, contudo, é bem diferente. O  VBP brasileiro deve alcançar R$ 519,3 bilhões, queda de 2,5% no paralelo com 2015, segundo estimativa do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento.

O bom resultado em SC se deve ao aumento de preços em 12 dos 20 produtos mais importantes da agropecuária no Estado. Enquanto a quantidade produzida cresceu 1,60%, os preços subiram 14,40%.

E o que provocou a queda nacional foi justamente um dos motivadores do bom desempenho catarinense. As secas, especialmente no Centro-Oeste e no Nordeste, tiveram efeitos nefastos para a safra de grãos. Com a oferta reduzida, os preços pagos aos produtores catarinenses aumentaram.

Além disso, a forte desvalorização cambial, especialmente no primeiro semestre, favoreceu as exportações, que também cresceram por aqui. O Estado detinha 33,7% das exportações nacionais de produtos animais no ano passado (sendo mais de 23% de carne de frango) e outros 17,3% dos de origem vegetal.

pecuária respondeu por cerca de 60% do valor de produção catarinense neste ano, e o maior destaque foi o leite, com aumento de 40,8% no VBP, graças à queda na oferta brasileira observada desde 2015. O frango também teve um incremento importante, de 19%.

Já a carne suína registrou queda de 1,8% por conta do menor valor dos animais abatidos. Os suinocultores também sofreram ao longo do ano com o aumento nos custos de produção, especialmente pelo encarecimento do milho. Apesar disso, as exportações de janeiro a novembro alcançaram U$S 481 milhões, enquanto para o mesmo período de 2015 somaram de U$S 389 milhões.

Na agricultura, os altos preços compensaram a redução de volumes produzidos, tanto para grãos quanto para lavouras temporárias. Geada e excesso de chuvas prejudicaram diversas culturas. O milho e a mandioca, entretanto, tiveram menor produção por diminuição na área plantada.

Para o Secretário de Estado da Agricultura e da Pesca, Moacir Sopelsa, o bom desempenho do segmento se deve, em parte, às exportações, impulsionadas pela abertura de novos mercados (como Japão e China). Só para a China, as vendas de carne suína cresceram 3000%, de acordo com dados da Federação das Indústrias de Santa Catarina (Fiesc).

Projeção para 2017

Para Tabajara Marcondes, da Epagri, dificilmente o bom resultado da agropecuária catarinense se repetirá, neste mesmo nível, em 2017, já que os preços estão esticados ao limite e os demais indicadores econômicos não são favoráveis.

 

Fonte: Jornal Diário Catarinense. Disponível em: http://dc.clicrbs.com.br/sc/noticias/noticia/2016/12/valor-bruto-da-producao-agropecuaria-de-sc-cresce-16-2-em-2016-8732200.html Acesso em: dezembro 2016.

Confinamento confortável do gado desperta interesse de produtores de leite

Um tipo de confinamento que aumenta o bem-estar animal e já utilizado em países de clima temperado está sendo avaliado para as condições brasileiras. A técnica tem chamado a atenção de pecuaristas do País de olho nos resultados ligados ao manejo do rebanho, ao aumento da produtividade e à saúde dos animais. O que está por trás deles é um nome estrangeiro, que vem sendo falado cada vez mais no setor produtivo nacional: “Compost Barn”, que pode ser traduzido livremente como “Estábulo de Composto”.

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Trata-se de uma alternativa aos sistemas de produção de leite em confinamento denominados free stall, no qual as vacas ficam retidas em baias de poucos metros quadrados, ou tie stall, em que os animais são criados, também em baias individuais, presos a correntes. O Compost Barn tem por característica deixar os animais livres no estábulo. Embora continue confinada, a vaca circula à vontade, interagindo com as outras, o que possibilita que ela exercite seus instintos sociais com o grupo e apresente cio com mais facilidade, o que melhora os índices reprodutivos.

Esse sistema de produção chegou ao País em 2011, sendo adotado em países como Estados Unidos, Canadá, Holanda e Israel desde meados de 1980. Cerca de 300 produtores brasileiros já optaram pelo Compost Barn, seja adaptando antigos free stalls, seja construindo um novo sistema. Mas ainda há poucas informações da pesquisa agropecuária nacional sobre sua adaptabilidade às condições do País. Para suprir esta lacuna, a Embrapa Gado de Leite – MG vem realizando, desde 2014, um estudo sobre o uso do Compost Barn. “Por ser uma tecnologia importada de países com clima temperado é necessário que verifiquemos sua adaptabilidade às condições tropicais”, diz o pesquisador Alessandro Guimarães, que está à frente dos trabalhos. A analista Letícia Mendonça, que integra a equipe da Embrapa Gado de Leite responsável pelos estudos, informa que três propriedades em Minas Gerais que adotam o sistema estão sendo acompanhadas. Nos laboratórios da Embrapa da Universidade Federal de Juiz de Fora – UFJF são realizadas análises sobre a qualidade do leite e a microbiologia dos compostos orgânicos utilizados nas camas.

A principal característica do Compost Barn é a utilização de uma “cama” orgânica cobrindo todo o estábulo. Em função dessa característica, vários outros aspectos de engenharia agronômica foram modificados em comparação aos sistemas de confinamento tradicionais. As baias, com suas camas de areia ou de borracha, por exemplo, foram abolidas. Em vez do concreto, que prejudica o casco dos bovinos, o piso do estábulo é formado por material orgânico que pode ser serragem e casca de amendoim, ou outro material orgânico que seja de baixo custo e de fácil disponibilidade para o produtor.

Cama vira adubo

A cama fica em contato com o solo, com uma altura entre 20cm e 50cm. As vacas defecam e urinam no material, dando início ao processo denominado “compostagem”, que controla a decomposição de materiais orgânicos. No caso do Compost Barn, os resíduos depositados pela vaca passam por uma semi compostagem aeróbica (em contato com o ar). Para que isso ocorra de forma efetiva, a cama deve estar sempre seca e passar por uma constante aeração, o que é feito por meio de ventiladores e com a escarificação duas vezes ao dia (revolvimento do material com tratores e enxadas mecânicas). O composto é removido e substituído de tempos em tempos. Dependendo do manejo, a cama pode ficar até um ano sendo utilizada no estábulo. Ao substituir por um novo composto, o material velho pode ser vendido como adubo orgânico ou utilizado na propriedade para fertilizar o solo, o que dá ao processo um importante apelo ambiental.

Viabilidade ainda precisa ser testada

No entanto, os pesquisadores ainda são cautelosos em relação ao sistema. “Precisamos aprofundar os estudos para dar respostas sólidas aos produtores no que diz respeito à viabilidade econômica, com relação aos custos de implantação e manutenção do sistema. Também é preciso ampliar o conhecimento sobre a microbiologia da cama, a incidência de mastite e a qualidade do leite”, pondera Guimarães.

Atrás dessas respostas, a Embrapa Gado de Leite realizou no dia 17 de novembro um workshop sobre o tema em que reuniu pesquisadores, professores, médicos-veterinários e produtores. O público, mais de duzentos participantes para um evento que pretendia se restrito a estudiosos do tema, surpreendeu positivamente a organização, o que prova a grande curiosidade do setor acerca do Compost Barn.

Apesar de o rigor científico ter focado o debate nas desvantagens do sistema, como o alto investimento inicial e o demorado retorno do capital investido, o ânimo permanece grande. Até porque, segundo o pecuarista argentino Cristian Chiavassa, que proferiu palestra durante o workshop, o custo de implantação do sistema de Compost Barn pode ser 50% mais barato do que um free stall. A expectativa é que o sistema pronto custe algo em torno de R$ 4.500,00 por vaca.

Ainda há outras desvantagens enumeradas pelos especialistas como despesas com o material orgânico utilizado na cama que, caso o produtor não o tenha próximo à propriedade, pode ser elevada; a dificuldade de manejo do composto, que exige a escarificação diária; a concentração de bactérias na cama, que ainda desperta dúvidas entre especialistas; o aumento dos custos com energia elétrica, para manter uma boa ventilação no estábulo, etc. No entanto, o meio ambiente agradece devido a menor quantidade de dejetos depositados na natureza (grande problema nos sistemas free stall e tie stall) e a sua utilização como adubo. E as vacas respondem positivamente com o aumento na produção de leite, menos problemas de casco, melhoria do índice reprodutivo.

 

Fonte: CIDASC. Disponível em: <http://www.cidasc.sc.gov.br/blog/2016/12/04/confinamento-confortavel-do-gado-desperta-interesse-de-produtores-de-leite/> Acesso em: dezembro de 2016