Criadores de gado reclamam de projeto que amplia reserva no RS

Reserva Ecológica do Taim deve tripilicar de tamanho.
Muitos produtores rurais perderão parte das propriedades.

A ampliação da Reserva Ecológica do Taim, no Rio Grande do Sul, está preocupando os produtores rurais dos municípios de Santa Vitória do Palmar e Rio Grande. Muitos deles perderão parte da propriedade.

No local vivem mais de 150 espécies de animais. Até abril de 2013, a Reserva Ecológica do Taim deve tripilicar de tamanho e passará a ter 33 mil hectares. Oito mil hectares pertencem a propriedades particulares que serão compradas pelo governo federal.

A desapropriação não atinge pequenas propriedades com menos de 200 hectares nem áreas de lavouras. A prioridade são regiões de banhado onde vivem dezenas de animais como capivaras. Mas essas áreas também servem de bebedouro para o gado.

O aumento da reserva vem sendo planejado pelo governo desde a década de 70. Em 2002, o IBAMA determinou a proibição do uso da área às margens da BR-471. Os produtores conseguiram derrubar a decisão na Justiça há cinco anos, mas pedem indenização sobre o tempo em que deixaram de explorar o local.

A área no entorno da reserva também será ampliada e poderá ter restrições de algumas atividades econômicas como indústrias e lavouras que dependerão de projetos de preservação ambiental.

Fonte: http://g1.globo.com

Associação Rural de Lages terá eleição de diretoria

Lages – A Associação Rural de Lages já encaminhou os trâmites legais para garantir a eleição da diretoria da entidade, na terça-feira (27/11). A partir do consenso, uma única chapa foi registrada, encabeçada pelo atual presidente Márcio Pamplona. No entanto, haverá renovação em parte dos dirigentes, com a inclusão de quatro novos nomes.

Os associados deverão votar durante todo o dia até a conclusão do processo eleitoral, no final da tarde. Quando assumiu a diretoria há três anos, Márcio ressaltou a vontade de trabalhar na continuidade da vocação ruralista e pelo crescimento econômico da região. Disse na ocasião que a pecuária mantém invejável banco genético de SC, e que abre as portas para o mercado exportador, mais ainda insuficiente para que haja o amplo reconhecimento por falta de representação política da categoria. “Hoje o agronegócio atravessa um excelente momento e tende ser ainda melhor, devido às ações de estímulo ao setor por parte do Governo do Estado”, disse. Segundo Pamplona, nestes primeiros anos à frente da diretoria conseguiu dar visibilidade institucional à entidade a partir da exploração do foco em torno dos eventos; especialmente a realização de inúmeros leilões.

Ainda no campo de eventos, o Parque Conta Dinheiro registrou vários outros de terceiros, e que consolidaram boa movimentação. Porém, ao continuar na Presidência pretende ampliar ainda mais as atividades da Associação, fortalecendo mais os eventos, a exemplo da Expolages 2012, que foi uma das maiores e melhores já realizadas. “A Expolages é grande evento para o setor e sempre terá nossa atenção”, frisou.

No que tange aos investimentos, há ainda muito a ser realizado. Conforme Márcio Pamplona, pode não parecer, mas só a construção do restaurante com recursos próprios da entidade foi um grande feito. Mas, a partir da nova gestão, quer investir na estrutura física dos pavilhões; na arena dos animais, e quem sabe construir no Parque, um Centro de Eventos. Mais informações: (49) 3225 3802 / 3223 0923 Assessoria de Imprensa E-mail: pchagas@brturno.com.br – Fone: (49) 9148 4045

Semana do Fazendeiro promove troca de conhecimento entre participantes

Realizado há 83 anos, um dos mais importantes eventos do setor de agropecuária no Brasil cresce em público e informação tecnológica

Na Semana do Fazendeiro da Viçosa, em Minas Gerais, alunos, pesquisadores e professores da Universidade Federal de Viçosa (UFV) compartilham informações, experiências e tecnologia com a população. Os acadêmicos organizam cursos e oficinas para realizar esta troca nas mais diversas áreas de atuação do conhecimento. O evento, que a cada edição melhora por conta das inovações tecnológicas, é realizado há 83 anos, desde  sua criação em 1929.

A primeira Semana do Fazendeiro realizada no campus da UFV, promovida pela Pró-Reitoria de Extensão e Cultura, contou com 26 participantes. “Hoje são cerca de duas mil pessoas inscritas, e quase 100 mil moradores da região tramitam durante a Semana do Fazendeiro entre os estandes”, conta Fernando Silva, chefe da Divisão de Extensão, um dos organizadores do encontro.

Além de produtores agropecuários, o evento também recebe estudantes de escolas técnicas que, de preferência, estejam envolvidos com a área. “Muitos filhos de produtores também participam da Semana do Fazendeiro. Alguns até voltam para estudar na universidade”, ressalta.

O evento recebeu, inclusive, 21 participantes de 14 países da África na sua 82ª edição, em 2011. “Esse grupo veio buscando tecnologias e equipamentos que ajudem em suas situações do dia a dia. Isso também resultou em muitos acordos entre os países”, acrescenta.

Personalidades importantes também já passaram pela Semana do Fazendeiro de Viçosa. Vários alunos, que não apenas frequentaram, como também trabalharam no encontro, hoje ocupam cargos importantes no Governo e em outros órgãos. “Muitos têm altos cargos no Banco Central, Banco do Brasil, Secretaria da Agricultura do Estado de Minas Gerais. Até o ex-Ministro Paulo Enério, na época em que estava no cargo, deu palestra na Semana”, lembra Silva.

Programação da Semana do Fazendeiro

O evento oferece cursos dos mais variados. “Fazemos uma avaliação no fim de cada Semana do Fazendeiro. A partir dessa avaliação surgem novos cursos”, explica Fernando Silva. “E muito cursos surgem de acordo com os aspectos das inovações tecnológicas de cada ano. Hoje temos 210 cursos na programação.”

Já os temas de cada Semana do Fazendeiro variam de acordo com o momento da política do agronegócio no Brasil. “Se o Governo está mais preocupado com a parte social, escolhemos um tema sobre esse aspecto. Se o Governo está indo mais para a sustentabilidade, tiramos o tema daí. Buscamos parâmetros que estão na moda durante o ano para abordarmos na Semana do Fazendeiro. E os cursos também obedecem um pouco ao tema”, ressalta Silva.

Durante a Semana, o público pode compartilhar seus conhecimentos e experiências na Troca de Saberes, espaço que valoriza as tradições e as descobertas do dia a dia no campo. “Os participantes trazem suas experiências pessoais, como em assentamentos, como pequenos produtores, comunidades carentes, entre outros, e são repassadas entre eles mesmos”, acrescenta o organizador. “Tem produtores que contam o seu progresso, o que aconteceu depois que passaram a frequentar a Semana do Fazendeiro, que se tornaram importantes empresários.”

Os próprios participantes apresentam o que querem discutir, enquanto os professores e estudantes da UFV atuam como mediadores. Os temas mais levantados são sobre cultura e educação no meio rural, formas alternativas de energia e problemas que afligem a agricultura familiar da Zona da Mata (MG). Todos os interessados podem participar da Troca de Saberes, inscritos ou não na Semana do Fazendeiro.

Simultaneamente ao encontro, é realizada também a Semana da Juventude Rural, que em 2012 teve a sua 4ª edição. “São jovens até 18 anos do Estado de Minas Gerais se preparando para serem futuros produtores agrícolas usando as inovações tecnológicas”, observa Silva.

Outro evento que, possivelmente, entrará na programação da Semana do Fazendeiro de Viçosa, já em 2013, é a primeira Semana da Mulher Rural. “Ainda está em estudo, mas acho que vale muito a pena. Acho que a mulher tem grande importância no meio rural, tomando decisões, incorporando as novas tecnologias em seus negócios”, completa.

Fonte: http://redeglobo.globo.com/globouniversidade/

Exportações de carnes batem recorde entre janeiro e julho

As exportações mineiras de carnes (aves, bovina, suína e outras), no acumulado de janeiro a julho de 2012, alcançaram o maior valor histórico para esse período, informa a Secretaria de Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Seapa). A receita somou US$ 487,8 milhões, cifra 4,7% maior que o recorde anterior, registrado no ano passado. O desempenho proporcionou ao segmento a consolidação na segunda posição no ranking das exportações mineiras do setor, depois do café.

Conforme a avaliação de Márcia Aparecida de Paiva Silva, assessora técnica da Superintendência de Política e Economia Agrícola (Spea), os melhores resultados foram obtidos com as vendas externas de carnes suínas. “Nos sete primeiros meses de 2012, o segmento movimentou US$ 61 milhões, aumento de 124,1% em comparação ao valor registrado em idêntico período de 2011”, ela explica.

Já para a carne de aves, a pequena progressão de 0,1% na receita das vendas externas de janeiro a julho de 2012 possibilitou o recorde de US$ 190,7 milhões no período. Márcia Silva ainda faz referência ao desempenho da carne bovina, que alcançou a receita de US$ 177,1 milhões, valor 1,6% superior ao registrado entre janeiro e julho do ano passado.

 Os mercados com maior índice de compras foram a Rússia e a Arábia Saudita, que juntas adquiriram 39,1% das exportações mineiras de carnes. Márcia Silva observa que a Rússia aumentou em 90% as suas compras do segmento, predominando os contratos para aquisição de carne bovina e suína.

As vendas para a Arábia Saudita somaram US$ 54,5 milhões, valor superior em 244,8% ao obtido nos sete primeiros meses do ano passado. O crescimento da receita, nesse caso, deve ser atribuído principalmente à demanda por um maior volume de carne de aves.

Fonte: http://www.noticiasagricolas.com.br (reprodução)

Produtores gaúchos pagam, mas não recebem milho do governo

A estiagem deste ano queimou o pasto e acabou com 70% do milho plantado por Armindo Seibert, produtor de leite de Arroio do Tigre, no Vale do Rio Pardo.

Armindo conta que viu as vacas emagrecerem e a possibilidade de não ter alimento para os animais, quando resolveu comprar milho a baixo custo da CONAB, Companhia Nacional de Abastecimento.

O pedido foi feito em fevereiro e a promessa era de que o milho seria entregue até abril. Ele já pagou pelo produto R$ 21 cada saca, mas sem alimento suficiente para os animais, precisou vender um porco e quatro, das nove vacas que tinha.

De acordo com o sindicato dos Trabalhadores Rurais, somente na região de Arroio do Tigre, mais de 500 produtores de 10 municípios já pagaram e aguardam o milho prometido.

O superintendente da Conab no Rio Grande do Sul, Glauto Melo, reconhece o atraso e informa que a companhia vai fazer um leilão eletrônico para contratar serviço de frete para trazer o milho de outras regiões do país.

Os preços devem ser reajustados para atrair interessados, já que o mercado está aquecido.

Fonte: http://g1.globo.com/economia/agronegocios

Governo retira ICMS de venda entre produtores de bovinos e bufalinos de qualquer idade

Regulamento anterior previa diferimento apenas para animais com até 24 meses. Alteração retira condição de idade para que o produtor garanta o benefício

O governador Raimundo Colombo atendeu pedido do setor pecuarista e assinou, na terça-feira (21/08), o decreto 1.135 que autoriza a postergação do recolhimento do ICMS na venda entre produtores catarinenses de bovinos e bufalinos de qualquer idade. Até então, o regulamento do ICMS previa que o adiamento poderia ser aplicado somente na venda de animais com até 24 meses. A cobrança do imposto ocorrerá apenas quando as espécies forem vendidas para abate ou nas operações interestaduais.

Para o Estado não haverá redução de receita, pois o ICMS será recolhido normalmente mais tarde pelo frigorífico que abater os animais ou pelo produtor que comercializar para fora do Estado. O benefício alcança diretamente os produtores que não precisarão mais pagar o imposto quando realizarem transações entre eles dentro do Estado.

O pedido de postergação havia sido feito às Secretarias da Fazenda e da Agricultura e Pesca pela Federação da Agricultura e Pecuária de Santa Catarina (Faesc). De acordo com o secretário da Fazenda, Nelson Serpa, a alteração simplifica a tributação nas operações com bovinos e bufalinos, além disso, o controle sanitário realizado por meio dos “brincos” (dispositivo de identificação) já atende à fiscalização tributária.

DOE 19.401 de 22/08/2012 (matéria atualizada às 16h08 de 22/08/12)

Fonte: http://www.sef.sc.gov.br/

Carne suína de SC recebe sinal verde para exportação ao Japão

Embarques catarinenses devem iniciar ainda neste ano

Santa Catarina deve iniciar ainda em 2012 os embarques de carne suína para o Japão, principal importador mundial, que já chegou a comprar 1,3 milhão de toneladas do produto em um ano, e mercado cobiçado pelo Estado há pelo menos duas décadas.

Nesta segunda-feira, dia 27, às 8h, o governador Raimundo Colombo recebeu a ligação do embaixador do Brasil no Japão, Marcos Bezerra Galvão, informando que o Estado tinha sido avaliado positivamente na reunião da Comissão de Avaliação de Risco de Sanidade Animal, do Ministério da Agricultura, Pesca e Florestas do Japão.

Colombo esteve em setembro de 2011 em missão no Japão para estreitar os laços. Os japoneses também visitaram SC no ano passado, onde conferiram unidades da Aurora, BRF Brasil Foods, Marfrig, Pamplona e Sul Valle. A expectativa é que essas plantas sejam habilitadas para venda ainda neste ano.

— Nossa expectativa é para outubro. Isso muda tudo. SC passa a ter um mercado estável e que remunera melhor — avalia o governador.

O secretário da Agricultura, João Rodrigues, também prevê agilidade na liberação. E considera que a notícia é a redenção da suinocultura catarinense, que vem enfrentando forte crise principalmente pelo aumento de custos.

O presidente da Companhia Integrada para o Desenvolvimento Agrícola de Santa Catarina (Cidasc), Enori Barbieri, destacou que a conquista é resultado de um trabalho de quase 30 anos de produtores, indústrias e governo do Estado. SC conquistou, em 2007, o Certificado de Zona Livre de Aftosa Sem Vacinação. Ele acredita que a presença das indústrias catarinenses na venda de frango vai facilitar os contatos.

— Nossa expectativa é de vender 130 mil toneladas de carne no primeiro ano e, depois, chegar a 30% a 40% (do mercado japonês) — disse Barbieri.

Para ele, a notícia vai representar a retomada de investimentos em SC. Barbieri afirmou que neste ano houve um aumento de produção de 50 mil toneladas em SC, já com a expectativa de vendas para o Japão, e que isso acabou contribuindo para a crise. Só a unidade da BRF Brasil Foods em Campos Novos, inaugurada no ano passado, tem capacidade para abate de 7,2 mil suínos por dia.

— Nossa perspectiva é dobrar as exportações catarinenses a partir de 2013 — projetou a ministra de Relações Institucionais, Ideli Salvatti.

O diretor de agropecuária da Aurora Alimentos, Marcos Zordan, afirmou que a unidade de Chapecó situada na saída para Guatambu e a planta de São Miguel do Oeste foram visitadas pelos japoneses e poderiam exportar. Zordan informou ainda que estão sendo investidos R$ 45 milhões na unidade de Joaçaba, com capacidade de 1,5 mil suínos/dia, com foco na exportação. Empresários japoneses que compram de empresas de SC já vinham sondando sobre a abertura do mercado.

O presidente do Sindicato das Indústrias de Carnes e Derivados de SC, Cléver Pirola Ávila, comparou a aprovação japonesa à conquista de um troféu. Mas ele é mais cauteloso nas avaliações. Ele ressaltou que ainda é necessário redigir um documento que é o Certificado Sanitário Internacional, que vai definir as regras para a compra. Os suínos terão que ser nascidos em SC e a ração precisa ser livre de ractopamina, aditivo que aumenta a produtividade.

Ávila prevê investimentos no aumento da capacidade de produção das unidades em SC. Mas avalia que neste ano apenas alguns embarques serão efetivados, pois as indústrias terão que se adaptar aos cortes exigidos pelos japoneses.

O vice-presidente de relações institucionais da Marfrig, João Sampaio, disse que a notícia é muito boa mas também é cedo para falar em números.

— Nós vamos ter que disputar em preço com outros mercados que já fornecem para o Japão — pondera.

Ele considera que SC já tem uma estrutura capaz de atender a demanda do Japão. Para Zordan, há opção de trocar mercados que remuneram menos pelo Japão, tanto internamente como externamente. Ele projeta que é possível um aumento de preço da carne para o consumidor. Ela deve subir 5% em breve, não em função da abertura dos japoneses, mas pelo aumento do custo de produção.

O presidente da Associação Catarinense dos Criadores de Suínos, Losivânio de Lorenzi, disse que a notícia é boa mas prefere aguardar os primeiros embarques para comentar a respeito.

— Outra vezes já ocorreram anúncios que acabaram não se confirmando — destacou.

Ele lembra que o setor ainda enfrenta o alto custo de produção e a falta de milho, que não foi resolvida pelo governo federal.

— Até agora atenderam apenas 10% do necessário — calculou.

Antes de vender para o Japão, o setor precisa receber milho do Centro-Oeste.

Fonte: http://diariocatarinense.clicrbs.com.br/

Medida provisória que facilita aos produtores quitar débitos é aprovada no Senado

Proposta reabre negociação das dívidas de 95 mil agricultores inscritos na Dívida Ativa da União

Em todo o país, pelo menos 95 mil agricultores estão inscritos na Dívida Ativa da União, que é o conjunto de débitos de empresas e pessoas físicas com órgãos públicos federais. Em alguns casos, a conta se arrasta por mais 20 anos e, no total, o valor devido à União ultrapassa R$ 9 bilhões. Para solucionar o problema, foi aprovada nesta terça, dia 28, no Senado, uma medida provisória que facilita aos produtores quitar os débitos. O projeto tramita no Congresso Nacional desde fevereiro deste ano e, para valer, precisa ainda ser sancionada pela presidente Dilma Rousseff.

A proposta reabre a negociação dos débitos de 95 mil agricultores inscritos na Dívida Ativa da União e garante descontos que podem variar de 33% a 70%, dependendo do valor devido. Se sancionada pela presidente, a medida provisória deve gerar alívio a muitos produtores.

Segundo o secretário de Política Agrícola da Confederação Nacional dos Trabalhadores na Agricultura (Contag), Antoninho Rovaris, a medida é uma oportunidade de fazer com que milhares de agricultores familiares, além dos médios e grandes produtores, possam estar se regularizando perante o governo.

A regra atual determina que os inscritos na Dívida Ativa tenham o CPF bloqueado. Desta forma, os devedores ficam impedidos de contrair novos empréstimos. Pela proposta, os agricultores teriam até o dia 31 de dezembro do ano que vem para aderir à regularização. Durante este período, as cobranças seriam suspensas.

Para o deputado federal Luis Carlos Heinze (PP/RS), autor da emenda, o objetivo é facilitar as negociações dos débitos e a regularização dos produtores.

– Eles não conseguem reaver esse recurso se nós não abrirmos a negociação, se não dermos os descontos. Tem produtor hoje que a dívida é até quatro vezes superior ao valor do próprio patrimônio – disse.

O relator da matéria espera que a flexibilização não seja vetada pela presidente Dilma, já que mudança deve significar perda de arrecadação.

– A presidente terá 30 dias para sancionar e nós continuaremos trabalhando no assunto, mostrando a realidade de milhares de produtores no país – afirmou.

Fonte: http://agricultura.ruralbr.com.br/

Brasil deve atentar para o aumento da demanda de carne nos mercados emergentes

Jeremiah O’Callaghan falou sobre as oportunidades do produto brasileiro no exterior durante o primeiro painel de debates da Casa RBS na Expointer 2012

As oportunidades da carne brasileira no mercado internacional foram discutidas no primeiro painel de debates da Casa RBS na Expointer 2012 neste sábado, dia 25. Em parceria com Zero Hora e Canal Rural, a Federasul convidou o diretor mundial do Grupo JBS, Jeremiah O’Callaghan, para falar sobre as possibilidades do produto brasileiro no exterior em meio à crise econômica mundial e estiagens.

O presidente da Confederação das Associações Comerciais e Empresariais do Brasil (CACB) e pecuarista, José Paulo Dornelles Cairoli, o vice-presidente da Federasul, coordenador da Divisão de Agribusiness e presidente do I-UMA, José Américo da Silva, e a editora de Economia de Zero Hora, Marta Sfredo, foram os debatedores deste primeiro painel.

Segundo José Américo, o Brasil é um grande ator no fornecimento de proteína no mundo, mas outras nações possuem capacidade de crescimento que podem trazer ameaças à competitividade do país no comércio global.

– Não somos o soberano na exportação, então a conquista e a consolidação do mercado se dará com o planejamento estratégico do setor – destacou.

Com mais de 30 anos de experiência na indústria da carne e há 17 anos no JBS, Jeremiah O’Callaghan, mais conhecido como Jerry, contribuiu com seus conhecimentos sobre a dinâmica global do setor para o debate. Nos anos 80, participou da globalização do mercado de carnes brasileiras, em negociações bilaterais para remover barreiras, tarifas e superar obstáculos sanitários.

Jerry apresentou os números da empresa no primeiro semestre do ano e falou sobre os riscos que afetam o setor da carne, como as barreiras sanitárias e as dificuldades de comercialização com outros países por problemas locais. O representante do JBS destacou a importância do contato com o consumidor, com o objetivo de conhecer o cliente, e o crescimento do consumo de carne no mundo. Segundo ele, é necessário atentar para os mercados emergentes, como Nigéria, Congo, Rússia, Sudeste Asiático e Oriente Médio, uma vez que são nesses locais onde existem as grandes chances de aumento do consumo, em detrimento da estagnação na demanda dos chamados mercados maduros, como América do Norte, Europa e Japão.

De acordo com Jerry, esta década promete consolidar a América do Sul (em especial o Brasil), a Austrália, os Estados Unidos e, em certa medida, a Índia como os países superavitários na produção de carne e o resto do mundo como dependentes desses países.

Para o secretário Estadual da Agricultura, Luiz Fernando Mainardi, o acompanhamento do cenário internacional é de extrema importância para definir as políticas certas a serem aplicadas no Rio Grande do Sul e no Brasil. Mainardi também salientou a necessidade de investimento nas cadeias agrícolas, de modo a gerar emprego e valorizar o setor.

A preocupação com a sustentabilidade, sobretudo no que diz respeito à questão da renda dos pequenos e médios produtores, também foi debatida. Segundo o secretário do Desenvolvimento Rural, Pesca e Cooperativismo, Ivar Pavan, este é um tema que deve estar presente em todas as discussões sobre o desenvolvimento, que deve ser sustentável do ponto de vista econômico, social e ambiental.

Segundo José Paulo Dornelles Cairoli, o Brasil vive um grande momento, mas ainda é novo no mercado mundial de exportação. Na opinião do pecuarista, o país avançou significativamente e o produtor rural contribuiu muito para isso, o que resultou em um crescimento significativo de setores como do milho, soja, algodão, suínos, aves, bovinos. Cairoli destacou, no entanto, que o segmento da carne ainda não tem um compromisso efetivamente com o produtor, diferente dos outros setores.

– É necessária a união entre produtor e indústria com vistas a buscar a redução de custos. Não é concebível um país de produção como o Brasil ainda ter imposto sobre a cesta básica, e uma série de dificuldades que prejudica a indústria e o produtor. É preciso que haja uma relação de parceria entre produtor e indústria e entre indústria e governo – disse.

A cadeia produtiva do arroz, milho, soja, e o mercado do leite, dentre outros assuntos, também serão tema de debates ao longo desta semana.

Fonte: http://pecuaria.ruralbr.com.br/