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Por que o Brasil á tão dependente da importação de fertilizantes

A guerra na Ucrânia escancarou a dependência do Brasil em relação à Rússia e a Belarus na importação de fertilizantes. Em meio à interrupção no fornecimento dos insumos em razão do embargo do Ocidente aos países do Leste europeu, o país busca alternativas para evitar um estrago na produção do agronegócio brasileiro a partir do segundo semestre deste ano.

Na quarta-feira (2), a ministra da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Tereza Cristina, disse que o Brasil tem fertilizantes suficientes para o plantio até outubro. Segundo dados de agentes de mercado reunidos pela Associação Nacional para Difusão de Adubos (Anda), no entanto, o estoque disponível no momento se esgotaria em três meses, ou seja, até o início de junho.

Apesar do clima favorável, o solo brasileiro é carente de nutrientes, o que torna essencial o uso das substâncias para a produção agrícola. O Brasil é hoje o quarto consumidor global de fertilizantes, atrás de China, Índia e Estados Unidos, e o maior importador mundial de NPK (nitrogênio, fósforo e potássio).

A dependência do fornecimento externo vem aumentando, de acordo com indicadores da Anda. Em 2015, cerca de 70% dos insumos consumidos no país vieram do exterior. Em 2020, o porcentual subiu para 83%. Na última atualização, que compreende o período até novembro de 2021, a fatia do produto estrangeiro beirava os 85%. No caso dos insumos potássicos, o índice é ainda maior: 98% do que é utilizado no Brasil é importado.

Na outra ponta, a Rússia é o principal fornecedor global de fertilizantes. De acordo com a última edição do Boletim Logístico da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), o país é responsável por cerca de 20% da produção mundial do produto e origem de 28% das importações brasileiras. No caso específico do nitrato de amônio, a Rússia é praticamente o único fornecedor para o Brasil.

Essa dependência faz com que qualquer abalo pese na economia brasileira, fortemente dependente do agronegócio. Os dados da balança comercial do país em fevereiro, divulgados pela Secretaria de Comércio Exterior (Secex) do Ministério da Economia, mostram que o preço pago pela tonelada de fertilizante importado subiu, em média, 128,8% em relação ao mesmo mês do ano passado – e isso ainda sem o impacto da invasão das forças russas ao território ucraniano.

Fonte: https://www.gazetadopovo.com.br/economia/por-que-o-brasil-e-tao-dependente-da-importacao-de-fertilizantes/





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