Falta de milho atinge Oeste de Santa Catarina
Falta de milho atinge agroindústrias do Oeste de Santa Catarina
A escassez de milho está se agravando e enquanto algumasagroindústrias adotam férias coletivas para reduzir custos, outras estão até sem ração, como é o caso da Globoaves. Integrados de Lindóia do Sul denunciaram que estão recebendo ração de forma fracionada e que algumas aves começam a morrer.
A Globoaves reconheceu por meio da assessoria de imprensa que o abastecimento estava prejudicado, mas não confirmou a morte de frangos no campo. No entanto, disse que chegou a pedir ração para outras agroindústrias para atender a demanda.
– Não tem milho no Brasil inteiro – chegou a reclamar uma funcionária da empresa, antes de repassar o contato da assessoria.
A empresa já havia dado férias coletivas para 600 funcionários da unidade catarinense no início do mês, como estratégia para reduzir custos. O abate retorna na próxima semana, mas com redução de 50 mil para 40 mil aves/dia. A Aurora Alimentos vai dar férias coletivas para os 1,4 mil funcionários da unidade de Abelardo Luz, metade em julho e metade em agosto.
Isso vai refletir numa redução de 5% na produção de aves. A BRF também reduziu um turno de linguiças frescais em Concórdia, remanejando 100 funcionários. Com a crise econômica, refletindo em perda de poder aquisitivo e desemprego, há uma baixa de consumo ou migração para produtos mais baratos.
O diretor-executivo da Associação Catarinense de Avicultura (Acav) e do Sindicato das Indústrias de Carnes e Derivados (Sindicarne), Ricardo Gouvêa explica que o setor vinha alertando os órgãos governamentais de que a escassez do milho poderia comprometer a saúde financeira das agroindústrias, como ocorreu em 2012, quando empresas menores foram absorvidas por maiores. A saca de milho, que estava a R$ 26 no ano passado, passou para R$ 52. Algumas empresas foram buscar milho na Argentina e no Paraguai.
– A Conab teria que ter atuado ofertando milho em época de escassez para fazer cair o preço – reclamou Gouvêa.
Gouvêa espera que a principal matéria-prima de alimentação de aves e suínos tenha uma queda nas próximas semanas, com a entrada da segunda safra do Paraná e Centro-Oeste.
Enquanto isso, as agroindústrias vão dando férias esperando que a situação melhore para não ter que demitir.O setor representa 60 mil empregos diretos em Santa Catarina. O vice-prefeito de Lindóia do Sul, Pedro Bringhenti (PSD), disse que a agroindústria responde por 24% do movimento econômico do município.
O que está segurando o setor são as exportações. Em volumes houve um crescimento de 15,4% em aves e 68% em suínos no primeiro quadrimestre, segundo dados da Associação Brasileira de Proteína Animal.
Fonte: Diário Catarinense
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