Raça Crioula Lageana é atração na Expolages e surge como alternativa de produção de carne
A raça Crioula Nativa Aspada tem sido uma das grandes atrações na Expolages 2015, em virtude de suas características diferenciadas, especialmente, pelas aspas longas que chegam atingir mais de 80 polegadas entre uma e outra. A história dos animais é muito interessante. A raça nativa denominada de Crioula Lageana teve origem na Península Ibérica, e foi trazida para o Brasil, em 1500 por colonizadores portugueses e espanhóis. Mais tarde, os jesuítas tiveram forte influência na introdução dos animais em Santa Catarina, promovendo a maior tropeada de gado da história para o Planalto Catarinense, quando trouxeram cerca de 80 mil cabeças. Assim, até hoje, a raça sobrevive, atraindo atenção de criadores em todo o mundo. No território nacional existem pouco mais de três mil animais espalhados pelos estados de Santa Catarina, Rio Grande do Sul, São Paulo, Minas Gerais e no Distrito Federal. Desse montante, a maior fatia, 85% está em solo catarinense. As Associações de Criadores estão determinadas em se aprofundarem no conhecimento da raça e nas qualidades dela. Pelo menos três características são tidas como importantes: a resistência à tristeza parasitária transmitida pelo carrapato; a qualidade da carne, tida como extremamente suculenta com alto grau de marmoreio, e por ser muito macia. “Essas qualidades foram, inclusive, comprovadas cientificamente através de pesquisas feita pela Embrapa de Brasília e pela Universidade de Rio Grande (RS), no Centro de Técnicas de Alimentos”, afirma o secretário executivo da Associação de Criadores da Raça Crioula, de SC, Edison Martins.
Projeto Bife Qualis A raça, ao longo dos últimos anos tem obtido algumas novas conquistas, principalmente a partir da criação da Associação em Santa Catarina, em outubro de 2003. Entre elas, o fato de ter sido incluída no Projeto Bife Qualis, que atua na constante avaliação do cruzamento das raças brasileiras, além da qualidade da carne, observada partir dos cruzamentos, especialmente com as raças zebuínas. Além disso, a forma de trabalho passou a constar no Registro Genealógico, homologado pelo Ministério da Agricultura, cuja sede da Instituição Executiva, para o registro da raça no Brasil, está em Lages (SC), e ainda, o fato de a marca Crioula Lageana, estar agora registrada no Instituto Nacional de Propriedade Intelectual (INPI). “A partir dessas estruturas o foco agora é construir a cadeia da carne, hoje produzida em pequena escala e distribuída em âmbito restrito”, salienta Edison.
Critérios de criação Os crioulos lageanos são de fácil adaptação, em qualquer sistema de criação, seja no campo ou confinado. No entanto, aqueles que vão para o frigorífico são criados predominantemente no pasto. Os criadores seguem critérios que valorizam o bem estar animal; a qualidade ambiental e a segurança alimentar. O abate é considerado precoce, com a média de 2 a 3 anos. Atualmente, a grande preocupação de parte do criador, é organizar o processo de terminação fazendo com que haja a diferenciação comprovada da carne junto ao frigorífico, exatamente para que os animais nativos não sejam abatidos numa vala comum em meio a todas as raças. “Buscamos esta diferenciação, pois, apenas 300 cabeças seguem para a terminação por ano, e o consumidor tem o direito de saber o que está consumindo”, coloca Edison Martins.
Curiosidades A raça Crioula Lageana, e que tem realmente chamado atenção de criadores de todo o mundo, possui algumas características curiosas, como por exemplo, as aspas grandes. Em alguns casos atingindo mais de 80 polegadas de uma para a outra. Também alta precocidade na primeira cria, e longevidade na recria. As vacas conseguem emprenhar com até 22 anos de idade. Por fim, as peles são bastante disputadas para a confecção de tapetes, alcançando altos valores no mercado consumidor.
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