2º Seminário de Pecuária da Serra Catarinense atrai participantes de SC e RS
O Seminário se transformou numa grande oportunidade a mais de 700 produtores, técnicos e acadêmicos, para o real conhecimento do potencial da pecuária de corte para o desenvolvimento regional.
Ficou claro que a otimização do potencial de produção está ligado diretamente às pastagens e ao manejo delas em sistemas integrados; além da inclusão do manejo reprodutivo do rebanho de cria com foco nos resultados, e ainda a capacidade de investimentos em tecnologia e das principais fontes de captação de recursos. Estes foram os principais focos do 2º Seminário de Pecuária da Serra Catarinense, realizado no Parque Conta Dinheiro, em Lages, na quarta-feira (16/07).
O evento trouxe renomados palestrantes, que apresentaram diversos pontos de discussão, e que necessitam ser mais bem observados. Numa região rica em terra, água e luz, não há outra perspectiva a não ser o crescimento do agronegócio. No entanto, numa das palestras proferida pelo Prof. Dr. Aino Victor Jacques, da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) ele disse que a pecuária em Santa Catarina anda devagar. Nas últimas décadas, cresceu apenas 40%, em comparação com as demais culturas, de grãos, por exemplo. Entre os caminhos para se chegar ao crescimento da pecuária, está o cuidado com as pastagens e a melhora das condições do solo. “É preciso que os produtores observem as tecnologias existentes, visando o aumento da rentabilidade e a produtividade da pecuária de corte”, ressaltou.
Outra recomendação do Dr. Aino é também para que se tome cuidado com as pastagens no pico do inverno, nos meses de junho e julho; e que se dê mais atenção aos campos nativos. Em razão disso, comentou ser completamente contra as queimadas, muito usadas na região, com a justificativa de que a rebrota é mais rápida.
Com dados de pesquisa, provou que a roçada, ao invés da queima, dobra a produção do pasto verde, e que resulta numa eficaz proteção e melhoramento dos campos nativos, abundantes na Serra Catarinense. “Além disso, a região tem mostrado que já trabalha com tecnologia e com as fontes de financiamentos existentes, o que só tende a aumentar os resultados”, disse.
Eficiência dos projetos
A diversidade do clima em Santa Catarina não impede a aplicação de técnicas de melhoramento de campo. Hoje a tecnologia, aliada às fontes de recursos pode tornar realidade todos os anseios de uma boa produção. A afirmação é do engenheiro agrônomo Newton Borges da Costa Jr, da Epagri de Lages. Conforme ele, a empresa tem mais de 120 projetos espalhados pelo Estado.
Porém, é preciso aumentar ainda mais o alcance, pois, os primeiros resultados são altamente positivos, com a eficiência comprovada de projetos que compreendem 29% da Serra Catarinense, 25% no Oeste e 13%, no Meio Oeste.
A maior preocupação é fazer com que os produtores abram-se para as novas oportunidades. Muitos não têm o hábito de buscar recursos em meios de acesso ao crédito; fogem da burocracia do sistema financeiro; protelam investimentos em tecnologia, e deixam de aplicar na propriedade assistência técnica efetiva. Estas foram algumas considerações expostas pelo palestrante.
Potencial
Os financiamentos de projetos a juro zero, propiciados pelo Governo do Estado de Santa Catarina foram muito elogiados pelas autoridades presentes e palestrantes. Por outro lado, entre as iniciativas de sucesso, o destaque ficou por conta do programa Campos das Tropas, que está em pleno crescimento, fornecendo carne de qualidade ao consumidor, graças à aliança entre criadores e a Associação Rural, que permite a comercialização em parceria com um supermercado de Lages, conforme explicou a médica veterinária Caroline Ramos Ribeiro.
O demonstrativo do potencial da pecuária de corte para o desenvolvimento regional, foi outro ponto que atraiu a atenção dos participantes do Seminário. Ficou explicitado o quanto a pecuária pode se desenvolver na região, com ampla capacidade de dobrar a produção de terneiros, e consequentemente, obter mais carne de qualidade, e transformar as propriedades em grandes redes de referência. O assunto foi abordado pelo Dr. Cassiano Eduardo Pinto, da Estação Experimental de Lages.
Segundo ele, está fácil para o produtor atingir em termos de produção, mais de 450 kg de peso vivo por hectare por ano, obtendo preços médios de venda 12% superiores ao mercado comum.
O Seminário
O 2º Seminário de Pecuária da Serra Catarinense, realizado durante todo o dia, na quarta-feira (16), no Parque Conta Dinheiro em Lages, atraiu mais de 700 pessoas de várias regiões do Estado.
Estiveram presentes na abertura e na composição da mesa, o secretário de estado da Agricultura e da Pesca, Airton Spies, o presidente da FAESC, José Zeferino Pedroso, o presidente da Epagri, Luiz Ademir Hessmann, o chefe geral da Embrapa Pecuária Sul, Alexandre Costa Varela, o presidente da Associação Rural de Lages, Márcio Pamplona e o secretário municipal da Agricultura e Pesca, Moisés Savian.
O principal objetivo foi a apresentação de alternativas para desenvolver o potencial da pecuária de corte na Serra Catarinense.
Informações fone: (49) 3223 1892 Assessoria de Imprensa Fone: (49) 9148 4045 E-mail: pchagas@brturbo.com.br
Fonte: http://www.lagesrural.com.br/
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